Ao se comparar o comportamento da oposição nacional com a oposição acreana, percebe-se as enormes diferenças entre estes grupos. Assim como no Planalto, no Acre o PT tem como principal adversário o PSDB. Aqui vale ressaltar e reconhecer Tião Bocalom como o grande responsável por tornar o partido esta principal referência opositora ao Vianismo.
Sua persistência em disputas majoritárias desde 2006 –em sucessivas campanhas (revezando entre prefeitura da capital e governo) – o gabaritou a ser um líder da oposição, e consigo levar o PSDB. Mas seu estilo turrão acabou por prejudica-lo. Em 2012 perdeu para si próprio, quando liderava todas as pesquisas.
De um referencial oposicionista, vai caminhando para entrar na galeria do ostracismo da política acreana. Seu primeiro erro foi deixar o PSDB –alguns dizem que mudança de partido para o eleitor acreano é um golpe de traição e sem perdão.
Motivo para isso ele não tinha, pois em 2012 firmou um pacto ante o tucanato nacional de não disputar o governo para deixar Márcio Bittar com caminho livre, enquanto este desistia da prefeitura.
Acordo feito, Bocalom rompe-o. Portanto, o PSDB não chega mais como poderia entrar na disputa deste ano. Para agravar a situação, os partidos estão numa disputa acirrada. Aliás, é até errado dizer partidos, pois tudo não passa de brigas de ego. Bocalom e Bittar não se entendem, e o senador Sérgio Petecão (PSD) também não pode dividir o mesmo metro quadrado com Bittar.
Enquanto em Brasília os principais adversários de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), estão num processo conjunto de união das forças para enfrentar o petismo, aqui no Acre a oposição continua em farpas constantes.
Ao invés das principais forças opositoras estarem unidas num projeto –mesmo que com duas candidaturas – o que se vê é bem diferente, com atuações constantes tanto de um grupo quanto de outro para o enfraquecimento do adversário; muito mais do que ao governo, a oposição faz oposição a ela própria.
Locação de políticos
Um exemplo mais evidente disso foi a última operação para a retirada do PMN por parte de Petecão do grupo político de Bittar e Gladson Cameli (PP). Teoricamente o advogado Roberto Duarte Jr deveria ser o candidato a senador do governadorável Petecão, mas o senador o repassou a Bocalom.
Matemática maluca
Aí fica a pergunta: de fato Sérgio Petecão é candidato ao Palácio Rio Branco, trabalhando tão somente para fortalecer Bocalom? Assim têm sido todas as articulações feitas pelo senador: o fortalecimento da candidatura do ex-tucano, enquanto ele fica num faz de conta de ser candidato.
Qualidade baixa
Ao que parece as eleições de 2014 tendem a ser uma das mais pobres em termos de debates para os problemas enfrentados pelo Acre. Tião Viana (PT) vem carregando o desgaste de 16 anos de poder, qualquer promessa de reinventar a roda não será levada a sério pelo eleitor; a oposição perde tempo em picuinhas pessoais, esquece de estudar e buscar uma qualificação necessária para conquistar o eleitor.
Made in Acre
Entre os oposicionistas Márcio Bittar (PSDB) tem tentado desenvolver um programa de governo, mas tem muitas falhas. O tucano busca nos serviços de uma consultoria de outro Estado apresentar ao cidadão as propostas de desenvolvimento do Acre com base em modelos externos, cujo os efeitos em nossa realidade sejam nulos.
Maquiagens
Não adianta querer apresentar projetos com base nas políticas do PSDB paulista ou mineiro. Acre e São Paulo estão em extremos opostos. É preciso um mergulho em nossa realidade, conhecer projetos estudados em nossas universidades, beber um pouco de modelos bem-sucedidos de outros Estados para, assim, se ter uma perspectiva de resultados concretos na Amazônia.
Cenários
Qualquer candidato que fizer promessas mirabolantes nesta eleição precisa ser olhado com desconfiança. O Acre é um Estado pobre, quase 80% do orçamento está comprometido com o pagamento de pessoal e financiamentos. O lema dos candidatos deverá ser o fazer mais com menos, a busca de um “choque de gestão”, eficiência na administração para se buscar um Acre com mais oportunidades.
Plantar….
Em menos de um mês à frente da Procuradoria-geral de Justiça, o procurador Oswaldo D’Albuquerque tem dado claros sinais de que sua gestão será pauta pela eficácia e na busca de resultados para tornar o Ministério Público uma instituição mais forte para suas atribuições constitucionais. Ele herdou um MP com mais recursos e menos travado pela burocracia por conta da atuação dos antecessores Patrícia Rêgo e Sammy Barbosa.
…e colher
Um dos focos de D’Albuquerque é buscar a aproximação com os funcionários da casa. O objetivo é diminuir a “distância litúrgica” do cargo de procurador-geral do analista técnico. Desta forma, busca-se um MP melhor relacionado com a sociedade acreana. O que o cidadão espera é justamente isso, ver a instituição defendendo seus interesses e combatendo qualquer tipo de ilegalidade pelos entes públicos.
Justiça feita
Alguns prefeitos de oposição no interior andam reclamando do senador Sérgio Petecão (PSD). Segundo eles, Petecão não atende aos “anseios oposicionistas”. Os prefeitos choram de barriga cheia. Aqui vai uma reparação: É de conhecimento público o empenho do senador na liberação de emendas para ajudar os gestores municipais (em especial da oposição) para sobreviverem à política do governo de PT de fechar as portas aos adversários.