O governador eleito de Roraima, Antônio Denarium (PSL), foi escolhido pelo presidente Michel Temer para comandar o processo de intervenção anunciado nesta noite após o agravamento da crise financeira e de segurança pública no estado. Como a intervenção tem prazo até o dia 31 de dezembro e é integral, ou seja, alcança todas as áreas do estado, a atual governadora Suely Campos, na prática, está afastada definitivamente do cargo.
Antonio Denarium foi eleito no segundo turno das eleições de Roraima com 53,34% dos votos. O empresário venceu o segundo turno das eleições contra o ex-governador José Anchieta, do PSDB, morto ontem, que alcançou 46,66% no segundo turno. Denarium, que surpreendeu no primeiro turno ao virar a expectativa das pesquisas que apontavam seu opositor na liderança, chegou a defender o fechamento da fronteira com a Venezuela.
A decisão do presidente foi anunciada na noite de hoje (7), em reunião com ministros no Palácio da Alvorada. O presidente disse ainda que convocará amanhã (8) o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. O decreto de intervenção, segundo o presidente, deverá vir em seguida. Com isso, o Brasil terá dois estados sob intervenção federal. O outro é o Rio de Janeiro, cuja intervenção ocorre somente na área de segurança pública.
A crise de Roraima foi agravada nas últimas horas porque agentes penitenciários do estado deixaram de trabalhar e policiais civis deflagraram paralisação de 72 horas em razão de meses de salários atrasados. Os policiais militares, que não podem fazer greve, receberam o apoio de suas esposas, que bloquearam as entrada e saída de batalhões como forma de protesto.
Temer conversou com a governadora de Roraima, Suely Campos, e explicou que a intervenção federal foi a única saída para o problema.
“Eu, há pouco, falei com a senhora governadora e disse que a única hipótese para solucionar essa questão, especialmente aquela de natureza salarial, seria decretar a intervenção até a posse do novo governador. Ela acha que de fato a situação está se complicando e que a melhor solução seria essa. Com isso queremos pacificar as questões de Roraima”, disse o presidente em breve pronunciamento.