Estamos saindo de um governo desastrado economicamente, rechaçado popularmente, fracassado na gestão, o chamado “Governo dos Procuradores” – pelo grande número destes profissionais instalados na administração. E vamos começar a partir de janeiro um novo governo, que já está sendo nominado como “Governo do TCE”. Alusão ao poderoso Conselheiro do TCE, Antonio Malheiros (foto), o homem por trás de todas as decisões econômicas que o futuro governo irá tomar. Neste pré-governo nada esta sendo feito sem que passe pelas suas mãos. É a pessoa na qual o governador eleito Gladson Cameli mais confia, e uma espécie de faz tudo. Por isso já denominado de “Posto Ypiranga do Cameli”, numa comparação irônica com a peça publicitária que mostra o Posto Ypiranga, como lugar no qual você pode encontrar tudo. Malheiros é também a figura na qual o empresário Eládio Cameli, pai do Gladson, mais confia para aconselhar o filho. A recíproca também se aplica ao Gladson que, na campanha disse em entrevista ao ac24horas que, assim que se aposentar o Conselheiro do TCE será chamado para o seu primeiro escalão. Malheiros fica sempre nas sombras. Não dá muitas entrevistas e é considerado o que se denomina na política de “vaselina”, por nunca ter posições públicas, não se expor, e querer ser agradável a todos. Se essa simbiose Governo x TCE vai dar certo não se sabe, principalmente, na relação com os políticos, com os quais Malheiros nunca teve afinidades. As críticas que já se ouve é que esta relação pode tornar o futuro governo burocrata por ter de depender do aval técnico do Malheiros que, inclusive, é da sua lavra a indicação da técnica do TCE, Semíriames, para secretária de Fazenda. Na verdade uma preposta sua. A grande dúvida é se ele será competente para dar solução a todos os problemas que chegarão ao seu colo. Não é este Super-Homem que uns imaginam, diz quem o conhece. Vamos ver se de fato o “Posto Ypirang”a do TCE terá remédios para todos os males de um governo. Uma pergunta que já está sendo feita pelos políticos, continua no ar: “o TCE não é um órgão fiscalizador dos atos do governo, como ser gestor e fiscalizador?”. E nada mais se disse ou foi perguntado. Se perguntarem se esta bacalhoada luso-brasileira dará certo, confesso: não sei!
AO REI TUDO, MENOS A HONRA!
Parceria entre a mídia é governo é normal e legal. A questão é quando o órgão de comunicação não mantém a dignidade e vira um mero instrumento bajulador. Como se tem a cara lavada de se publicar que a saúde vive às mil maravilhas, quando está um caos? Ao Rei tudo, menos a Honra, já diz o ditado. Pode-se se divulgar os atos de um governo sem ser servil.
COMO É QUE ESTÁ BEM, CARA PÁLIDA?
É muita desfaçatez se querer negar que a saúde está um caos. Faltam medicamentos, pagamento indo para o terceiro mês de atraso no sucateado Hospital do Juruá, a Central de Transplantes parada (não pagaram o médico responsável), dívidas com a empresa particular de hemodiálise, dívidas com fornecedores, e se vem comemorar 33 leitos no HUERB? Menos!
ÚLTIMA TENTATIVA
O Superintendente do SEBRAE, Mâncio Cordeiro, ainda fez uma última tentativa com o senador Sérgio Petecão (PSD) para ver se conseguia manter-se no cargo. Chegou tarde, o candidato do Petecão é o seu afilhado Marivaldo Melo, um nome que tem outros apoios.
O HOMEM DO ALYSSON
Quem deve ter um espaço generoso na futura gestão da secretaria de Saúde é o militante Paulo Ximenes. Pelo menos é a dedução. Médicos contam que ele é quem está chegando nas UPAS e fazendo a apresentação do próximo secretário de Saúde, Alysson Bestene. É o cara!
O PADRE, O PASTOR E A MÃE DE SANTO
Ao se olhar a lista dos demitidos do governo se nota como tão eclética era a composição dos cargos comissionados. Tinha Padre, Pastor e Mãe de Santo. Nem buscar a religiosidade evitou a derrota nas urnas. Não adiantou estes comissionados a gritar na última disputa eleitoral Amém, Aleluia e, Saravá, meu Pai! Provado: Missas, Cultos e Despachos não ganham eleição.
COMISSIONADOS SEMPRE VÃO EXISTIR
Cargos comissionados sempre vão existir em todos os governos. É normal e legal. O Problema é quando você inverte o critério nas suas ocupações, colocando afilhados políticos ao invés de pessoas competentes. O quadro incha, como aconteceu, e acaba tendo que fazer demissões.
AGORA TÁ EXPLICADO
Quando se vê na lista dos demitidos aquele famoso Pastor ganhando uma bela bolada todo mês se conhece agora porque na campanha, ele permitiu que o PT fizesse um comício dentro da sua igreja para os então candidatos Marcus Alexandre e Jorge Viana discursarem.
NÃO MISTURA
Critica-se o Pastor da IBB, Agostinho Gonçalves, por sua militância política. Mas, mesmo apoiando ao governo o seu congregado Marcus Alexandre, nunca abriu as portas do templo para um comício do seu candidato. Preserva a identidade religiosa da IBB. Merece respeito.
JV DISTANTE
Não foi por falta de aviso do senador Jorge Viana (PT) o que está acontecendo no fim do governo do irmão. Toda vez que ousou apresentar uma sugestão foi rechaçado pela tropa de choque do governador, que foi às redes sociais, aos jornais aliados, para lhe atacar. A história mostra que o JV estava certo quando defendia uma correção de rumo na atual administração.
UM EPISÓDIO MARCANTE
Um episódio marcante neste contexto aconteceu quando Jorge Viana reuniu a imprensa para um café da manhã no Mercado do Bosque. Deu algumas opiniões sobre o que considerava errado na gestão do seu irmão e apanhou de todos os lados dos secretários do governador.
É MUITO IMPROVÁVEL
Com o comissionado demitido com quem se encontra é sempre um poço de mágoa. E que estava nas suas projeções receber dezembro, e não vai acontecer. E para complicar a notícia que trazem é de que, dificilmente, vão receber as suas indenizações este ano. É uma barra!
CONTA SIMPLES
Com as cerca de 2 mil demissões de comissionados que aconteceram nestes últimos meses, uma conta bem simples pode ser feita. Cada um deles deve ter em média quatro dependentes dos seus salários. Isso significa que indiretamente 8 mil pessoas foram atingidas pelos cortes.
MAIORIA DESCONTENTE
Conversei com vários amigos que foram demitidos do governo. E a maioria esmagadora demonstrando mágoa com o governador. Raros foram os que não externaram protesto.
NÃO É SÓ MULTAR
Não é errado o RBtrans multar os que estacionam nas vagas dos idosos ou de deficientes físicos sem o carro identificado. A questão é que o órgão tem como meta uma sanha por multar, transformando isso numa indústria. Cadê as campanhas educativas do órgão?
OS MAIS VISADOS
Os deputados derrotados que assumirão secretarias no próximo governo serão os mais visados pela opinião pública e pela imprensa e, por um fato natural: foram os que mais criticaram o governo que está saindo e na tribuna tinham solução para todos os males do Estado.
MANDATO REAL
Para valer, a prefeita Socorro Neri começa o seu mandato no dia 1º de janeiro, depois desta Reforma Administrativa e corte de cargos de confiança que promoveu. Até aqui tinha sido uma espécie de mandato-tampão do Marcus Alexandre, porque não governava com os seus.
PRISÃO E SOLTURA
Duas notícias policiais chamaram atenção no fim de semana. Uma elogiável, a prisão de um comandante de facção, num serviço de inteligência do sistema de segurança, e a outra condenável; quando dez pessoas acusadas de tentativa de homicídio presas com drogas e munições de armas de uso restrito das forças policiais foram soltas. O certo é o errado.
SINCERIDADE
O vice-governador Major Rocha tem um ponto que pode se destacar como positivo: sua sinceridade quando quer manifestar a sua opinião a respeito de um fato. Coisa rara na política.
A COR DA CHITA É OUTRA
Familiares do vice-governador Major Rocha têm que entender que o Major Rocha não foi eleito “Imperador do Mundo” e nem a Mara Rocha “Imperadora das Galáxias”, e como tal serão passíveis de críticas. Quem está na vida pública é vidraça e não poderá escapar das pedradas.
FIM DA NOVELA
Com a conversa que Gladson Cameli e o Major Rocha terão esta semana acontecerá o fim da novela da Segurança, com as indicações dos nomes que comandarão os seus postos. Indicados pelo Rocha ou não, estes nomes sairão. Não pode é mais ficar neste impasse de puxa-encolhe. A reunião decisiva pode ocorrer hoje.
MARCADO PELA SERIEDADE.
Quem termina um mandato marcado pela seriedade é a deputada Leila Galvão (PT), que se comportou dentro dos princípios éticos que devem reger todos os que entram para a atividade política. Ninguém mais do que ela dedicou-se a buscar soluções para os problemas do Alto Acre, região em que tinha a sua principal base eleitoral. Mas, na política, ser ético, no Acre, não ganha eleição. O que ganha é a compra de votos, principalmente, no tocante às eleições de deputado estadual. O capital usado pela Leila na campanha foi a sinceridade e mostrar a sua atuação. Mas a compra de votos descaradas no seu reduto impediu a sua reeleição. Uma pena para o parlamento, que perde uma parlamentar atuante, e uma pena para Brasiléia, pois, quem comprou votos no município somente vai aparecer novamente daqui quatro anos. A Leila errou em ponto na campanha política ao medir todos com a sua régua da lealdade.