A política não é uma ciência exata. Mas cabem aos analistas trabalharem com os dados disponíveis para tentarem decifrar o comportamento dos eleitores e as tendências de uma eleição. Assim, tendo como base as pesquisas publicadas até agora, acho muito difícil que o PT acreano consiga vencer a eleição ao Governo, mesmo que haja um segundo turno. Diferente de outros pleitos a disputa presidencial poderá ser um dos fatores para tal afirmação antes das urnas abertas. É só a gente refletir com a lógica. Com mais de 50% de intenções de votos no Acre, segundo as pesquisas, o presidenciável Bolsonaro (PSL) poderá influenciar diretamente o resultado para a disputa do Governo do Estado. Isso porque a grande maioria dos seus eleitores são anti-petistas. Então se a gente tiver um segundo turno entre o Gladson Cameli (Progressistas) e o Marcus Alexandre (PT) a tendência é desses votos irem para o candidato da oposição. Tampouco acredito que haverá uma reversão dos votos do Bolsonaro no Acre num segundo turno presidencial que deverá ter como seu adversário o Fernando Haddad (PT) ou o Ciro Gomes (PDT). Se o Acre não representasse apenas 0,3% do eleitorado nacional poderia afirmar que o Bolsonaro seria o próximo presidente. As coisas por aqui são estranhas. Os três candidatos tucanos Geraldo Alckmin (PSDB), em 2006, Serra (PSDB), 2010 e Aécio Neves (PSDB), 2014, venceram as eleições no Acre, mas perderam no Brasil. Por outro lado, o PT venceu essas eleições para o Governo. No entanto, as coisas agora são diferentes porque os eleitores do Bolsonaro tem uma forte carga “ideológica” fundamentalista à direita. Acho “quase” impossível que venham escolher o candidato do PT no Acre num eventual segundo turno.
Exceções à regra
Claro que como tudo no Acre é estranho poderemos ter situações inusitadas. Por exemplo, o pastor Agostinho do IBB, mestre espiritual de Marcus Alexandre, já disse em entrevistas que votará no Bolsonaro. Mas por outro lado também declarou apoio ao seu discípulo petista para o Governo. Podem haver mais casos similares.
Contradição
Na realidade, o Marcus é um político conservador. Está longe de ser da esquerda. Mas a sigla que carrega, o PT, simboliza um fardo de 20 anos de sucessivos governos. Acho difícil o eleitor acreano ser convencido de que o Marcus é da direita. Aliás, acho que não vão nem tentar esse caminho.
Verde de vergonha
O Haddad subiu quase 15 pontos nas pesquisas do Ibope. Mas aqui no Acre, segundo um petista estrelado, os “companheiros” ficaram de “nojinho” em assumir o PT e optaram por uma campanha com o verde como cor principal e não o vermelho típico dos esquerdistas. É uma confusão doida.
Discórdia interna
Eu nunca tinha acompanhado uma eleição com tantos rachas internos no PT como em 2018. Os próprios petistas estão criando “boatos” colocando na berlinda os companheiros. Parece que a fofoca e a maledicência tomaram conta
da campanha por conta da perspectiva de derrota. Um horror.
Não se iludam
Tenho visto candidatos que fazem caminhadas nos municípios do interior se gabarem pela quantidade de pessoas que reúnem. Sabem de nada inocentes. Podem ter certeza que os mesmos que vão numa caminhada do PT também podem aparecer numa dos Progressistas ou do PSL. Nesse lugares campanha política é entretenimento. Entenderam?
Questão de emprego
Claro que existem os famosos “cargos de confiança” que são quase que obrigados a participarem das atividades políticas do PT. O que na verdade acho justo e natural. A disputa política no Acre envolve a questão de empregabilidade num Estado que depende quase que inteiramente da “máquina pública”. Resumindo o jogo, quem está dentro não quer sair e quem está fora quer entrar.
Outra ilusão
Tem gente achando que os debates televisivos podem “virar” o jogo da atual campanha ao Governo. Não acredito porque quem assiste torce para um determinado candidato feito uma partida de futebol. E muitas explicações
técnicas não são entendidas pelos eleitores. Vale mais o coração.
Jogo duro
Fico curioso em saber quais serão os eleitos da chapa para deputado estadual PT-PC do B. Daniel Zen (PT), Lourival Marques (PT), Jonas Lima (PT), Leila Galvão (PT), Jenilson Leite (PC do B) e Edvaldo Magalhães (PC do B), entre
outros, formam o time que deverá eleger dois ou três no máximo.
Por outro lado
A chapa MDB-PSD para estadual também é de arrepiar o cabelo. Eliane Sinhasique (MDB), Roberto Duarte (MDB), Antonia Sales (MDB), Meire Serafim (MDB) e Jairo Carvalho (PSD) são alguns dos nomes fortes da disputa. Acredito
que serão eleitos no máximo dois entre eles.
Boatos
O candidato à reeleição deputado estadual Manoel Moraes (PSB) está em campanha em Tarauacá e não em qualquer outro lugar. Essa foi a informação que recebi. Alguns petistas andaram divulgando notícias que não procedem. É o
famoso “fogo amigo”.
Game over
Acho difícil a candidata a deputada federal Charlene Lima (PTB) conseguir se eleger depois dos acontecimentos que envolvem o seu nome e a levou à prisão. Ela continua candidata, mas fica complicado fazer uma campanha tendo que descascar tantos “pepinos”. Só para explicar, alguém fica fora da disputa se estiver condenado em segunda instância. Não é o caso.
Muita boataria
Essas duas operações da Polícia Federal que tiveram como foco a agencia de publicidade que atende a Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC) têm origem numa tentativa de corrupção de um funcionário público federal. E também um processo trabalhista envolvendo altos valores. Por enquanto, não há nada que mostre haver “fogo amigo” nessa história. Querer politizar os acontecimentos é uma precipitação. Agora, se fala numa “delação premiada” dos envolvidos. Isso deve estar tirando o sono de muita gente.