Sabe aquele dia que o despertador toca e você quer continuar dormindo ao invés de ir para aula? Na Alemanha, é impossível se render ao encantos de um edredom quentinho. E, se isso acontecer, os pais podem pagar uma multa administrativa de até 2.500 euros – o equivalente a R$ 11 mil – dependendo do estado.
Essa não é a realidade brasileira. No país, as faltas começam sendo esporádicas. Depois, passam a ser semanais, até chegar a evasão escolar. Quase metade dos jovens não concluem a educação básica na idade adequada. E os motivos para essa situação englobam, desde de dificuldade financeira, até a falta de interesse pelo processo de aprendizagem pelos alunos, além da falta de incentivo dos pais.
Na Alemanha, é diferente. Lá, a obrigatoriedade de frequência escolar não é uma responsabilidade exclusiva da família, mas também, do estado. Os pais alemães só podem viajar com os filhos em dia de aula se obtiverem uma autorização emitida pela direção da escola. E algumas exceções são em caso de morte de um familiar próximo ou de consulta médica importante. Enquanto a responsabilidade do governo alemão sobre as crianças que estão na escola gera muitas críticas do pais, no Brasil, pedagogos brasileiros tentam encontrar uma postura que aumente o número de crianças nas escolas.
A escola em turno integral é uma solução para a pedagoga Camila Sousa. “Em um turno, os estudantes se dedicam aos assuntos do currículo regular e, à tarde, têm várias atividades lúdicas e esportivas”, defende. Segundo Camila, as crianças se interessam muito pelo lúdico e, com isso, ficariam mais motivadas. Porém, os pais também precisam colaborar e incentivar a ida da criança para a escola.
A professora do ensino fundamental também fez uma crítica ao modelo de “faltas” das escolas. “Na maioria das instituições, depois de um determinado número de faltas, os alunos são reprovados. Mas isso não acontece na prática. Acredito que as escolas e professores precisam ser mais severos e, realmente, computar as faltas do estudantes”, ressalta.
A desculpa mais comum dos pais é que o filho dormiu até tarde ou que a família precisou viajar. “Toda vez que escuto de um aluno que ele não foi para aula porque ficou dormindo, eu penso: cadê o pai desse aluno? Os pais precisam ter o compromisso de acordar a criança e levar até a escola. E isso, muitas vezes, não acontece”, conta indignada. A pedagoga concorda com a fiscalização rígida do estado, como acontece na Alemanha, e acredita que com a maior responsabilização dos pais o número de estudantes faltosos seria bem menor.