Existe um ditado em política de que uma renúncia é assimilada pelo eleitor e não causa tanto estrago na imagem de quem renuncia. Mas a renúncia da renúncia acaba com a credibilidade de um político. Vamos findar com esta farsa de que não houve a desistência nos bastidores. Vou revelar os verdadeiros fatos para que a realidade não seja mascarada. Que me perdoe o Tião Bocalom (PSL) por ter que colocar seu nome na historieta. Antes dizendo que a decisão do Coronel Ulisses Araújo (PSL) de recuar é uma questão pessoal, um direito seu, que não discuto. Mas falta com a verdade de que não tinha desistido.
Vamos por parte, como diria Jack, o Estripador, falar o que houve: antes de publicar a notícia de que o Coronel Ulisses (PSL) tinha renunciado, eu recebi um telefonema do ex-prefeito Tião Bocalom (PSL), uma das figuras mais sérias e honradas da política acreana que conheço. Me perguntou se podia ir á sua casa por ter uma revelação importante. Até então não tinha idéia do que queria. Respondi que meu filho tinha saído no meu carro. Perguntou se podia ir na minha casa. Falei que não tinha problema. Veio e me narrou o drama que publiquei. Contou que na da semana da convenção o Ulisses o chamou para lhe comunicar que não era mais candidato. Acabou sendo convencido a desistir da idéia. No sábado foi para a convenção regional e discursou como candidato. Quatro dias depois chamou o Bocalom de novo para dizer que agora era irreversível e que não seria mais candidato e era uma posição familiar. E que tinha sido convidado para ser o primeiro suplente na chapa do Márcio Bittar (MDB). Vem hoje de novo dizer que é candidato. Um direito seu, reitero, mas não venha com a inverdade em falar que nunca tinha desistido.
A única verdade da sua coletiva ontem à imprensa foi de que nunca deu uma entrevista a este respeito. Nem seria preciso porque a comunicação de que estava fora já tinha sido feita duas vezes por ele aos seus candidatos a deputado federal. Publiquei tudo porque a palavra do Tião Bocalom (PSL) para mim é como ter firma reconhecida em cartório. Não viria na minha casa mentir. O que ocorreu na verdade é que o senhor Ulisses não suportou a pressão do grupo que queria a permanência da sua candidatura. O resto é perfumaria barata. Volto a dizer para fechar o texto: só cabe ao Ulisses Araújo (PSL) o direito de ser ou não candidato. E a mais ninguém. Só não pode é varrer para baixo do tapete o verdadeiro fato de que renunciou por duas vezes. A próxima pesquisa, não a que está sendo publicada hoje, já trará nos números o reflexo deste episódio da renúncia da renúncia do Coronel. O eleitorado será o seu grande Juiz. E segue o jogo. Se até lá, o Coronel Ulisses não renunciar novamente. Ponto final.