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Na fronteira com Bolívia e Paraguai, Mato Grosso do Sul registra queda em homicídios

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O discurso oficial apresentado pelo governo Sebastião Viana (PT) de acusar o governo federal como o grande responsável pela atual crise de violência no Acre, por não cumprir sua parte no dever constitucional de fiscalizar a região de fronteira, a cada dia parece não se sustentar.


Ao se analisar as taxas de homicídios em Estados que também são vizinhos a países produtores de drogas, vê-se que a situação do Acre é a mais crítica. Enquanto que entre 2011 e 2016 o Acre teve uma alta de 102,3% em sua taxa de assassinatos, Mato Grosso do Sul apresentou queda de 7,9%. Em uma década (2006-2016) a diminuição foi de quase 16%.


Assim como o Acre, Mato Grosso do Sul faz fronteiras com dois vizinhos problemáticos: Bolívia e Paraguai. O primeiro os acreanos conhecem bem por ser um dos maiores produtores de cocaína do mundo. Já o Paraguai produz grande quantidade de maconha e é rota para o tráfico internacional de armas.

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Também como o Acre, o Estado é cobiçado pelas facções criminosas, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC) pela proximidade com São Paulo. Lá como cá, as fronteiras estão desprotegidas e sem fiscalização, livres para a atuação do crime organizado.


A diferença é que os sul-mato-grossenses conseguiram reduzir suas taxas de homicídios. De 29,7 mortes para cada 100 mil habitantes em 2006, elas caíram para 25 em 2016.


No Acre a curva foi inversa, saltando de 23 assassinatos por 100 mil pessoas para 44,4 – aumento de 93,2%, conforme os dados do Atlas da Violência 2018 elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).


A receita de Mato Grosso do Sul foi investir de forma pesada na Polícia Civil, por meio da investigação e inteligência para garantir que os autores dos assassinatos fossem identificados e condenados pela Justiça.


Segundo dados do Instituto Sou da Paz, o Estado tem a maior taxa de resolutividade dos crimes contra a vida: 55,2%. Ao invés de só reclamar da ineficiência da União de proteger suas fronteiras com a Bolívia e o Paraguai, o governo estadual decidiu fazer o dever de casa.


Não é só Mato Grosso do Sul com vizinhos problemáticos que conseguiu reduzir sua taxa de homicídios entre 2006 e 2016. O Amazonas, na fronteira com Peru, Colômbia e Venezuela, sendo também bastante cobiçado pelas facções, reduziu em quase 3% sua taxa de homicídio entre 2015 e 2016 e em 0,6% entre 2011 e 2016.


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