O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Acre, Marcos Vinicius Jardim Rodrigues, disse que a advogada e juíza leiga Edilene Ad-Víncula, uma das pessoas que teve sua residência acessada pela polícia com mandados de busca e apreensão, na sexta-feira da semana passada em Manuel Urbano, acusada de vazar informações contidas no Sistema de Automação do Judiciário a um membro de uma organização criminosa, que também é investigado, “não está sendo investigada em nada”.
A declaração de Vinicius vai de encontro ao que disse nesta segunda-feira, 05, o delegado Alcino Júnior, chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Civil. Ele afirmou que a advogada está sob investigação. Ela foi ouvida ontem na delegacia da Cadeia Velha, em Rio Branco.
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Mandados de busca e apreensão são cumpridos na casa de juíza, policial e secretário no Acre
“Ela não está sendo investigada de nada. Na verdade a busca e apreensão foi realizada no escritório dela, na residência onde ela faz atendimento, com base na menção de pessoas que estão sendo investigadas, ou seja, a advogada propriamente dita não está sendo investigada. Nós estamos analisando ainda. Há um pedido de desagravo, há um pedido de providência feito à instituição. Nós estamos instaurando o procedimento. A autoridade pública, no caso o delegado, será cientificado desse precedimento e querendo pode se manifestar”, afirmou Marcos Vinicius.
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“O que está sendo investigado é o provável acesso indevido de informações junto ao SAJ”, diz Alcino
O presidente da OAB reclamou que a Polícia Civil cumpriu o mandado sem oficiar a instituição. “Ela pediu auxílio da OAB. O juiz foi bastante diligente na hora de expedir um mandado de busca e apreensão. Consta no mandado que se a advogada alegasse que a residência dela era um escritório, a OAB deveria ser oficiada. Ela argumentou que atende na casa dela, e mesmo assim o mandado foi cumprido sem a oficiação da instituição.”
Também foram alvos da operação, a policial civil Jamaica Castro e o secretário de Saúde do Município de Manuel Urbano, Jociclei Silva, que supostamente seria membro de uma facção criminosa. Os trio é responsável, segundo o delegado, por repassar informações protegidas pelo sigilo funcional para supostos membros de facções criminosas que eram investigados pela polícia.
“O que está sendo investigado é o provável acesso indevido de informações junto ao Sistema de Automação do Judiciário, o SAJ, por parte da servidora, e o contato da policial civil também daquele município junto ao investigado da época que era o Jociclei”, informou Alcino Júnior.