A Câmara de Vereadores autorizou a prefeitura de Rio Branco, na sessão desta quinta-feira, 01, a contrair operação de crédito junto à Caixa Econômica Federal no valor de 14, 5 milhões no âmbito da linha de crédito de Financiamento para Infraestrutura e Saneamento – FINISA, para a conclusão do Centro Popular de Compras, o Shopping Popular.
Por 11 votos a favor e três votos contrários, o projeto foi aprovado. Votaram contra, os vereadores Roberto Duarte (MDB), Emerson Jarude (sem partido) e N. Lima (sem partido).
Em sua justificativa, a prefeitura informa que os recursos possibilitarão a organização dos espaços públicos no entorno do Terminal Urbano de Rio Branco e do Mercado Elias Mansour, região por onde circulam diariamente 55 mil pessoas. As obras vão melhorar o fluxo de pedestres, veículos, e promove a reurbanização do local.
A prefeitura informa ainda na justificativa que o Shopping Popular acomodará 450 empreendimentos da economia popular e solidária.
Orçado em R$ 17, 3 milhões, o Shopping Popular de Rio Branco está sendo edificado numa área de 12 mil metros quadrados ao lado do Terminal Urbano da capital. O projeto prevê a construção de 450 boxes, divididos em três andares, sendo 165 no primeiro piso e outros 120 no segundo piso, onde ficará também a praça de alimentação, elevadores e jardins.
Discursos e manifestação dos camelôs
A sessão foi acompanhada por dezenas de camelôs, que pressionaram a Casa pela aprovação imediata da lei. A pressão funcionou. Os manifestantes ergueram cartazes com frases pedindo a conclusão da obra.
A cada discurso favorável, aplausos. E vaias para os parlamentares que se manifestaram contra o empréstimo.
Roberto Duarte disse que é favor do shopping, mas contra o empréstimo. “Quero lembrar que pedi que marcássemos uma agenda junto ao Ministério do Turismo para que recebêssemos a informação sobre a liberação dos recursos para essa obra. Aqui ninguém é contra a construção do shopping. Eu contra o empréstimo. Temos que agir aqui com responsabilidade financeira.”
Juruna (PSL), que é vice-presidente do Sindicato dos Camelôs, pediu apoio aos seus colegas pela aprovação. “O shopping vai ter vida própria, não será administrado pela prefeitura. Será administrado por uma empresa. Uma obra que irá beneficiar a população com 450 empreendimentos.”
“Estamos incluindo também as obras de urbanização no entorno do shopping. Nós não podemos perder essa oportunidade de acessar essa linha de crédito. É uma obra que vai beneficiar pelo menos seis mil famílias”, justificou o líder do prefeito, Eduardo Farias (PC do B).
“Faço uma oposição responsável. Jamais vou atrapalhar uma obra que beneficia a população. Não olho para bandeiras partidárias”, salientou Célio Gadelha (PSDB).
Durante discurso, o vereador N. Lima, que foi contrário ao empréstimo, se irritou ao ser vaiado pelos camelôs e chamou os manifestantes de “povinho”. Os camelôs reagiram e ficaram de costas enquanto o vereador discursava.
Do plenário, Rodrigo Forneck pediu respeito aos presentes. O petista, Eduardo Farias e Railson Correia também aproveitaram e ficaram de costas para N. Lima dentro do plenário. O oposicionista protestou contra os manifestantes e os parlamentares. “Isso não é coisa do parlamenta.”
Houve manifestações inusitadas. Por diversas vezes, os camelôs gritaram palavras de repreensões contra o vereador N. Lima no momento em que o parlamentar afirmava que não daria oito anos para algumas das lojas do Shopping Popular estarem fechadas. “Tá repreendido, sangue de Jesus tem poder”, repreenderam aos gritos os manifestantes.