Aquilo que todos profetizavam em relação a prefeitura de Cruzeiro do Sul acabou acontecendo. Com um ano de gestão todos os cargos indicados pelo ex-prefeito Vagner Sales (PMDB) foram demitidos pelo seu sucessor Ilderlei Cordeiro (PMDB), na manhã desta quinta, dia 11, segundo me informaram. Desde a campanha que avisos não faltaram em relação a lealdade de um para o outro, tanto por parte de aliados quanto de adversários. Essas demissões devem gerar uma crise política entre aliados políticos de Cruzeiro do Sul e provocar um estrago ainda maior. Como ficará a relação entre Vagner Sales e o senador Gladson Cameli (PP), pré-candidato ao Governo? Porque o senador não tem nada a ver com isso e tem o vice, Zequinha Lima (PP) do seu partido. Além do fato de estar andando bastante junto com o pré-candidato a deputado federal Rudiley Estrela (PP), tio de Ilderlei. Gladson pode ficar entre a cruz e a espada. Perder um aliado poderoso como o Vagner ou abandonar o amigo de infância Ilderlei à própria sorte e não contar com a estrutura da prefeitura na sua campanha eleitoral? Com a saída da turma do ex-prefeito vão sobrar cargos para o Gladson indicar na gestão municipal de Cruzeiro do Sul, se quiser. É uma situação delicada que não envolve apenas os cargos da prefeitura, mas as eleições ao Governo e ao Senado, em que Vagner apoia Márcio Bittar (PMDB).
As razões de cada um
Vagner tem muito a reclamar porque, na minha opinião, é o grande responsável pela eleição Ilderlei. Desejava uma lealdade que seria expressa no apoio incondicional de Ilderlei à reeleição da sua filha, Jéssica Sales, a deputada federal.
As razões de cada um 2 – A Missão
Por outro lado, acho que houve um erro conjunto de Ilderlei e Vagner de manterem praticamente a mesma equipe de secretários na nova gestão. O prefeito eleito teria o direito natural de escolher a sua equipe. Esse seria o caminho mais prudente para os dois lados. Cada um com as suas responsabilidades e colhendo aquilo que plantaram.
Comparações inevitáveis
Apesar das críticas, Vagner teve uma gestão aprovada por parte significativa da população do município. Tanto que se reelegeu em 2012 e fez o sucessor em 2016, com uma certa tranquilidade. Por outro lado, a administração de Ilderlei tem sido muito criticada. Sem a base do secretariado de Vagner, Ilderlei terá a chance de mostrar a que veio. Melhor é esperar para ver o resultado…
A hora da vingança
Será que além das questões políticas esse racha entre Ilderlei e Vagner poderá ter outras consequências? Com a máquina na mão, o prefeito pode começar a lançar desconfianças sobre a gestão anterior. É uma situação muito delicada.
Silêncio perigoso
Vagner Sales tem se mantido em silêncio. Mas uma fonte me afirmou que está indo para Brasília nos próximos dias. Será que pode criar problemas para Ilderlei para liberação de recursos e apoio político? Poder para isso Vagner tem. Agora, se vai usar já é uma outra história.
Outro rumo
Ilderlei tem a prefeitura por mais três anos. Poderá também procurar uma outra rota para viabilizar a sua gestão. Isso significaria mudança no rumo políticos. Como cargo majoritário poderá ir para o partido que lhe for conveniente. Em ano de eleição tem uma mercadoria preciosa nas mãos, a estrutura da prefeitura do segundo maior município do Acre. Não faltarão interessados.
A hora da conciliação
Se figuras importantes da oposição como o presidente do PMDB acreano, deputado federal Flaviano Melo (PMDB) e o Gladson Cameli não entrarem em cena para aliviar a situação as consequências desse racha serão sentidas durante a campanha. Aguardem.