Com o intuito de zerar a fila de cirurgias eletivas nos hospitais públicos do Acre, o governo resolveu mudar a forma de avaliação dos pacientes que precisam de procedimentos cirúrgicos. Uma das medidas é pagar horas extras aos médicos que ajudarem no novo método, uma forma de compensar a colaboração dos profissionais.
Para explicar como a proposta governamental vai funcionar, o governador Sebastião Viana, e o secretário de Saúde, Gemil Júnior, reuniram a imprensa na Casa Civil. Anualmente, mais de 17 mil cirurgias são realizadas no estado, incluindo as de parto, que também se enquadram nas eletivas.
“O custo disso para o governo, é um esforço de R$ 5 milhões, só para zerarmos essa demanda reprimida. Cumpriu a meta dele de trabalho, ele terá direito de entrar na hora extra. Ele vai puder ganhar dinheiro a mais. Agora, também, a fila será única”, diz Viana ao explicar como será feita a remuneração dos médicos que atuarão à frente do projeto.
Segundo Gemil Júnior, esse é um esforço concentrado para manter os princípios da dignidade e do respeito aos usuários do SUS no Acre. O secretário destaca que o empenho da equipe de saúde é essencial para que o projeto sigo firme e que, já nos próximos meses, não haja mais fila de espera.
“Nós fomos o primeiro estado a implantar isso. Vamos certamente deixar um legado, isso vai ficar marcado com uma ideia de sucesso. Vamos deixar com esse projeto, um exemplo de como se faz saúde pública com coragem, com ousadia. O nosso governador tem um olhar especial para essa área, e estamos, mesmo com a crime, inovando e fazendo mais”, comentou o gestor.
Novo método
Como antecipou o ac24horas, o novo modelo de classificação dos pacientes foi criado devido às inúmeras reclamações de demora à realização de cirurgias eletivas, aquelas que são agendadas, por exemplo, no Hospital das Clínicas, em Rio Branco. Essa teria sido uma das decisões do secretário Gemil Júnior, acordada pessoalmente com Sebastião Viana.
Por diversas vezes, pacientes entram no centro cirúrgico ou são internadas, mas acabam retornando para casa por falta de materiais necessários aos procedimentos, ou mesmo porque não há profissional disponível para realizar as cirurgias. Agora, isso deve acabar. A princípio, cinco médicos fazem parte da nova equipe de regulação das cirurgias.
Com o novo método, serão analisados diversos fatores para os agendamentos, e isso vai desde os exames pré-operatórios do paciente, passando pela avaliação de risco, capacidades de cirurgias diárias e até a disponibilidade do material necessário para o procedimento cirúrgico. Isso vai evitar, por exemplo, que pacientes entrem na sala de cirurgia e voltem porque não havia material.
“Antes esses agendamentos passavam pelo crivo da Central de Agendamento de Cirurgias, o CAC, mas agora vão passar direto para a Central de Regulação, que já tem médicos à disposição. Vamos fazer uma fila de espera única, possibilitando aos usuários maior transparência nessa espera. É um trabalho de equipe que vai beneficiar os usuários, a quem devemos respeito e um bom serviço de saúde”, destaca Gemil Júnior.