O discurso de unidade do Partido dos Trabalhadores tantas vezes jogado na cara de seus opositores veio abaixo após a publicação de uma nota deste blog informando que o militante Cesário Campelo Braga havia sido descartado da presidência da sigla. Pois bem, uma ferida braba ficou aberta e pelo visto não tem merthiolate que resolva – eu sugiro iodo, daqueles antigos, que arde.
Passados algumas horas, até mesmo a escolha do presidente do diretório de Rio Branco, professor Marcos Inácio Fernandes, o Marcão, dada como certa, também ficou em xeque.
Algumas notas vieram a tona. Uma delas foi a do senador Jorge Viana tentando pôr panos quentes na confusão, mas que não teve efeito algum. Tanto que Cesário e algumas correntes do Partido se posicionaram contra a forma que o militante teria sido tirado da disputa para que o deputado Daniel Zen assumisse o cargo mais influente do partido que governa o Acre há quase 20 anos. É notório que Zen é infinitamente mais preparado, cortês e de uma educação acima da média, um perfil conciliador que hoje o PT precisa.
Cesário, que não era bem visto como futuro presidente do PT no Estado, orientado por Carioca, se tornou uma “vítima” das conhecidas reuniões de portas fechadas. Naquela que só dois, três ou quatro decidem realmente o futuro da legenda. O problema de tudo isso é que o vazamento trouxe a tona um teatro que já estava armado. Cesário, em dado momento, iria abrir mão da presidência e tudo mais. Tudo estava devidamente ensaiado. Mas como a verdadeira história surgiu: ele foi descartado mesmo e o pai do NÃO a militância inteira sabe: é Jorge Viana, com o aval de seu irmão, o governador Sebastião Viana.
P…da vida, Cesário contou a pessoas próximas que só não iria para redes sociais expor JV por respeito ao governador, considerado por ele o “Lider Maior”. Até agora, Sebastião ficou calado, esperando ver o resultado dessa guerra interna.
Acontece que o Jogo virou. Nas redes sociais, militantes, aqueles mesmo que vivem de indiretas e não tem coragem de dar nomes ao bois, saíram em Defesa de #CesárioPresidente contra a forma “nefasta” como foi a sua saída da disputa. Até mesmo militantes históricos não gostaram nada da situação e pelo menos – na frente de Cesário -, demonstraram apoio a sua causa.
O fato é que o imbróglio envolvendo o militante que já foi assessor de Jorge Viana abriu uma lacuna perigosa. Todos sabem que por birra o PT tem condições de minar candidaturas, tanto internamente, como no âmbito da Própria Frente Popular. Os casos ocorridos são impossíveis de contar usando os dedos das mãos e dos pés.
Como já havia adiantado, hoje a candidatura de JV a reeleição – caso não tome uma atitude, está seriamente comprometida. Ney Amorim, o presidente da Aleac, vem sendo o mineirinho, comendo por fora, e se colocando como o primeiro voto dos vermelhos ao senado em 2018. Isso é perigoso. Muito perigoso. Não falo pelo Ney, mas por tudo aquilo que JV representa. Ele pode ser descartado por um capricho da Democracia Radical (DR) e isso poderá ter efeitos desastrosos no futuro. A operação derruba Jorge está em execução desde o dia que este ousou criticar o governo do irmão. Ele sabe disso, mas por orgulho, nunca iria expor tal problema.
A situação é tão complexa que os cardeais estudam uma forma de dar um prêmio de consolação a Cesário e pôr um fim nesta celeuma. Os próximos capítulos dessa novela prometem e o capítulo final deve ocorrer no Bar da Sapatão.
E claro, nunca é demais lembrar: Cesário foi colocado na presidência por uma imposição, sem o devido debate, e foi retirado da mesma forma. As tendências que criticam a forma que Jorge Viana agiu são as mesmas que publicamente se omitiram quando o nome do Cesário foi posto à mesa. São as mesmas que ficam caladas com seus cargos.
Isso é o PT. Isso foi o que se tornou o PT.
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