Em matéria veiculada pelo site ac.24.horas o prefeito Isaac Lima, do PT de Mâncio Lima afirma que o “Ex-prefeito Cleidson Rocha deixa dívidas de 16 milhões para os cofres de Mâncio Lima”. Contudo, na matéria assinada por Archibaldo Antunes, a somatória relatada não se aproxima do fabuloso número anunciado, o que levou a correção posterior, veiculada fora do espaço onde se anunciou em letras garrafais, erroneamente a manchete em questão. Quanto ao relato e a reportagem, tenho a esclarecer o que segue:
• Ao que o prefeito Isaac Lima atribui “irresponsabilidade administrativa” sinaliza, ao contrário, a honestidade de quem, tendo assumido o município de Mâncio Lima, no ano de 2009, com dívidas e inadimplências históricas, tratou, sem estardalhaços, de assumir as responsabilidades do cargo, negociando com as instituições credoras os passivos herdados pela gestão anterior do sr. Luiz Helosman, da qual o atual prefeito participava como vice-prefeito;
• Nesse rol de dívidas herdadas, o atual prefeito não cita a do FGTS dos servidores da Câmara, num montante de mais de 600 mil reais, por nunca ter sido recolhido nem depositado em favor dos servidores daquela casa, com a qual o então prefeito Cleidson Rocha teve que arcar, em parcelas, para que o município voltasse à adimplência, como é desejável.
• A dívida da ELETROBRAS também foi uma herança cruel das gestões anteriores, entre elas, os mandatos do sr. Luiz Helosman, cuja esposa hoje é vice-prefeita de Isac Lima.
• A dívida com a Receita Federal foi negociada no ano de 2013, nos valores estendidos por 180 meses, pois sobre o montante mensal, incorreram juros pelo fato da gestão anterior de Luiz Helosman ter praticado a incorreção de não informar GFIP de servidores provisórios, recolhendo, apenas, o equivalente aos servidores efetivos, o que gerou multas sob os valores apurados pela Receita Federal. Esse quadro não foi levado á público, em manchetes de jornal, pois trata-se de questão técnica a ser apurada pela Receita do Brasil.
• Com relação aos pagamentos atuais do INSS, o ex-prefeito Cleidson Rocha deixou, em caixa, importância suficiente para que o atual prefeito fizesse o pagamento do mês de dezembro, o que parece não ter sido honrado. Quando assim é, a Receita sequestra o valor equivalente, no dia 10 do mês subsequente, como aconteceu na gestão de Cleidson e de quase todos os prefeitos do Acre, nas vezes em que a arrecadação era insuficiente para honrar esse compromisso;
• Com relação às obras não concluídas, essa é uma herança positiva deixada por Cleidson Rocha, pois nunca na história de Mâncio Lima, um prefeito conseguir tantos recursos nem construiu tantas obras para a cidade; No lastro dessa questão, vale ressaltar os mais de 7 (sete) milhões empenhados, deixados para que o atual prefeito possa trabalhar nos próximos anos;
• No que se refere à parceria com o DERACRE de que o prefeito Isac Lima se gaba, no mandato de Cleidson Rocha, esta era invertida: era a prefeitura de Mâncio Lima que dava as condições para que o DERACRE cumprisse o seu trabalho, pois nunca havia combustível, e a prefeitura era quem arcava com as despesas de recapeamento da Av. Japiim, que é de inteira responsabilidade do Governo do Estado. Ressalte-se que se hoje o DERACRE está realizando tapa-buraco em Mâncio Lima, isso nunca aconteceu em anos anteriores, pois as forças políticas adversárias proibiam que assim se desse.
• O mandato de Isac Lima optou por um único caminho: a desconstrução da imagem da gestão anterior, que como nunca, acolheu as necessidades da população, tratando de assumir os compromissos sem estardalhaços de mídia nem cenas públicas de ódio e revanchismo. Está na hora de Mâncio Lima receber parte das muitas promessas feitas, em vez de se ficar ruminando dissabores e maldades. Quem assume as funções de prefeito deveria saber claramente a situação financeira da prefeitura e ter alternativa para resolvê-las em vez de ficar olhando pelo retrovisor.
Cleidson Rocha, ex-prefeito.