Há 40 anos, Maria José Maciel (a dona Bia), de 76 anos, vive na mesma casa, na rua da Igreja de São Sebastião, em Xapuri. Desde então, conta, tem visão privilegiada das atividades anuais em homenagem ao santo padroeiro da cidade. Questionada sobre a crença, a xapuriense dispara, sem pensar duas vezes: “sou católica, graças a Deus”.
Para a dona de casa, um dos momentos mais importantes da cidade é justamente o tempo do novenário. “Ele sempre começa no dia 11, e vai até o dia 20 de janeiro. Para cá vem gente de todo lugar, de outros estados, de outros países. No dia da procissão é que dá gente mesmo. E a cada ano é um momento ainda mais especial, único”, comenta.
Para a Bia, não há problema em a rua ficar cheia de carros e pessoas. “Todos os anos tem esse grande movimento aqui em Xapuri. Eu fico satisfeita, feliz. Toda noite eu jogo o bingo e ganho prêmios. Tem muitos marreteiros, muitos mesmo. Passe na beira do rio que você encontra com eles. Essas pessoas vêm do interior da cidade, dos ramais, descem o rio para homenagear e agradecer São Sebastião”, completa.
E a xapuriense falou certo: desde a quinta-feira, 19, não havia nenhuma vaga disponível nos hotéis, hospedarias ou pousadas da cidade. Tem gente que até prefere se recolher ali mesmo, às margens das ruas, ou embaixo de um das tentas da feira de artesanato que também tem sido sucesso na cidade.
O novenário, que teve início no último dia 11, se encerra nesta sexta-feira, dia 20, com a procissão do santo que deve ser iniciada às 17h30 com cerca de 15 mil pessoas participando. Elas vão caminhar por um percurso de 3km, cortando as principais ruas da cidade. A programação ocorre pelo 115º ano consecutivo.