Bom dia! Boa tarde! Boa noite!
Acredito que a melhor Justiça acontece através da lei do retorno. Ela é implacável. Ela coloca tudo e cada coisa em seu devido lugar, no tempo certo. Agora, bora falar de política? Depois de receber alguns puxões de orelhas de seus eleitores, o deputado Raimundinho da Saúde (PTN) está desenvolvendo um projeto que possibilitará à população opinar, através do voto eletrônico, sobre a aprovação de projetos polêmicos encaminhados ao Poder Legislativo pelo governo do Acre. A iniciativa do parlamentar poderá ser um tipo de termômetro para os 24 deputados analisarem se votam para atender a vontade do chefe do Poder Executivo e de sua equipe, ou escutam a voz das ruas quando as matérias não recebem aprovação popular.
Os projetos de autoria do Poder Executivo e dos próprios deputados serão postados num espaço que vem sendo trabalhado dentro do portal de divulgação das ações parlamentares de Raimundinho da Saúde. O eleitor poderá acessar e votar a favor ou contra as matérias. Não deixa de ser uma boa iniciativa, mas será que o governador vai encaminhar os projetos com tempo de passarem pela tramitação nas comissões da Casa e passarem pelo crivo popular no portal do deputado? A maioria das matérias de interesse do governo chegam para tramitação em regime de urgência. Os deputados precisão colocar o pé na parede, tarefa que não é fácil, e pedir mais tempo para seus eleitores tomarem conhecimento se o projeto é de interesse público ou não.
Antes da estreia oficial da votação no portal de Raimundinho da Saúde, já que não posso fazer a pergunta para toda a população, vou questionar meus três leitores. Vocês concordam com o projeto que deu 34 propriedades públicas como garantia de locação pelo período de 20 anos, de prédios que uma empreiteira de Brasília vai construir no Estado? Entre os imóveis estariam o prédio do Banacre, Palácio das Secretárias, Secretária de Fazenda, etc, além de seringais com pequenos produtores que teriam recebido títulos de regularização fundiária. Meus três leitores concordam? Espero que o deputado Raimundinho da Saúde se mantenha firme no objetivo e não desista no primeiro esbregue que levar do governador e seus asseclas.
Confraternização das abelhinhas
O Comfort Hotel Rio Branco virou uma verdadeira colmeia na noite de quarta-feira (21), durante a festa de confraternização das abelhinhas do Partido Humanista da Solidariedade (PHS). A legenda tem muito a comemorar, segundo o presidente Manoel Roque. Ele destaca que o PHS conseguiu se fortalecer em todo o Estado, além de eleger o vereador Raimundo Neném na capital. Roque destaca ainda, que sua agremiação foi um das que mais cresceu em número de votos dentro da Frente Popular. O dirigente reclama apenas da pouca valorização do seu trabalho e da militância do PHS que demonstrou poder mobilização, ganhamos a eleição do DCE da Ufac, com 861 votos. O nanico PHS destronou o PT e o PCdoB. Dá-lhe, Roque!
Um projeto humanitário
O trabalho que o deputado estadual Heitor Júnior (PDT) desenvolve para auxiliar os portadores do vírus da hepatite ganhou um novo reforço com a eleição Elzinha Mendonça (PDT), uma das vereadoras mais bem votadas de Rio Branco. O casal vem expandindo este projeto que já reestabeleceu a saúde de centenas de pessoas em todo o Estado, antes mesmo de colocarem seus nomes como opção para os eleitores. Agora, com os mandatos parlamentares, as possibilidades da Associação dos Portadores de Hepatites do Estado do Acre (APHAC) levar esperança para as pessoas que sofrem com os rigores da doença nas localidades mais isoladas. Heitor e Elzinha não fazem parte de um projeto político, mas de um programa humanitário.
O desgaste passou longe
O desgaste do PT passa longe do deputado estadual Jonas Lima. O Gasparzinho, como é carinhosamente chamado nos bastidores políticos, saiu vitorioso na disputa das eleições municipais deste ano. Além de unir antigos desafetos políticos em torno de seus candidatos, Jonas conseguiu eleger seu irmão, Isaac Lima, como prefeito de Mâncio Lima, município que o deputado sempre destinou atenção especial. Ele chegou a ser apontado como carta fora do baralho pelos próprios “companheiros” de partido, quando disputou a reeleição, mas deu a volta por cima. Sem apoio dos cuecas apertadas, ele foi um dos mais votados. Lima tem tudo para fazer parte do projeto de reconstrução do PT que vem sendo defendido pelos principais líderes da legenda.
Dobradinha competitiva
Para alguns líderes partidários, este é o momento de deixar de lado o discurso de desunião da oposição e cada um dos partidos que integram o bloco colocarem seus melhores nomes como opção para compor a chapa majoritária que disputará o governo do Acre e as duas vagas no Senado, em 2018. A militância do PMDB acredita dois caciques peemenistas poderão formar uma dobradinha competitiva para abocanhar as cadeiras de senador. Os dirigentes poderão colocar a tropa na rua para defender as pré-candidaturas. É provável que a pecha de desunidos volte com força total, principalmente por parte dos adversários, mas a verdade é que o bloco de oposição precisa fazer este debate para chegar ao período eleitoral com nomes que representem o consenso das oposições. Não posso falar os nomes.
Era uma vez, na Amazônia…
Nesta atualização, quero presentear meus três leitores com uma gota da bela arte do poeta Toinho Alves. Com uma impecável e artesanal encadernação em papel reciclado, Um outubro 2016 – Outra Coisa – Typographia Crônica é uma coletânea de crônicas e ilustrações de primeira. A obra é editada, diagramada e vendida pelo próprio poeta. Para despertar a curiosidade pela boa leitura, se deliciem com o texto abaixo:
El Gran Circo Mambembe
Teve eleição este ano? Nem parece. A campanha política foi mixuruca. A nova lei eleitoral tornou tudo uma chatice. Não pode imagem disso, não pode imagem daquilo, um monte de proibições que atrapalham quem está começando e favorecem quem já é conhecido e estabelecido.
E os candidatos da província abusaram. As músicas mais chatas, os cartazes mais feios, os slogans mais medíocres de todos os tempos. Precisava melhorar muito pra ficar ruim. É a contenção de gastos na indústria eleitoral, é a crise: menos gente arrebanhada pra “trabalhar na campanha”, menos material, tudo mais barato…
O povo também estava cheio. Tomou uma overdose de impeachment e se afogou na lama da política nacional, vai lá se importar com prefeito e vereador…
Teria sido uma boa ocasião pra discutir o que é uma cidade e como se pode viver nela, mas quem quer saber disso? Ficou também sem resposta, a até mesmo sem perguntas, o fato da cidade tornar-se (com tudo o que existe nela, inclusive seus habitantes) a mesa de um jogo chamado Mercado Imobiliário. Compra e venda de terras, loteamento, construção. Negócios.
Sobre a pele da terra alastra-se uma impingem, uma mancha de destruição. Os ricos reservam áreas para seus condomínios, verdes e saudáveis, cercados e vigiados. Do lado de fora fica a cidade.
Conversaremos sobre isso… talvez na próxima