A audiência de instrução e julgamento que no processo onde o prefeito eleito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (PMDB) é acusado de crime eleitoral, durou mais de três horas e não foi concluída. A juiza Adamarcia Machado, ouviu cinco pessoas, entre acusados e testemunhas, e decidiu que só irá prolatar a sentença depois de receber um laudo pericial, produzido pela Polícia Federal, no audio que a acusação apresentou como principal prova para pedir a cassação de Ilderlei Cordeiro.
O prefeito eleito foi o primeiro a prestar depoimento á magistrada e durante sua oitiva caiu em contradição por diversas vezes. Ele negou conhecer o então candidato Clebson Freire, autor da gravação onde Ilderlei e o prefeito Vagner Sales, supostamente oferecem dinheiro para que ele desistisse da candidatura para apoiar a chapa do PMDB.
Em outro momento, Ilderlei admitiu conhecer Freire, mas disse que a conversa com ele ocorreu na casa de Vagner Sales e não no gabinete do prefeito, como sustenta a acusação na ação apresentada á justiça.
O segundo a ser ouvido foi Edson de Paula. Ele era o presidente municipal do PSDB e foi preso junto com o chefe de gabinete Mário Neto, acusado de ser o homem que cooptava os candidatos tucanos em favor da candidatura de Ilderlei.
Clebson Freire, o pivô da denúncia também foi ouvido. O depoimento dele foi contundente. Freire ratificou tudo o que havia dito na fase de instrução à Polícia Federal. Ele reafirmou a tentativa de comprá-lo, mas não soube explicar com clareza onde lhe foi entregue a quantia de R$ 5 mil, apreendida no dia da operação da PF.
Aliás, a existência desse dinheiro tornou-se uma dúvida depois que o agente identificado por Oliver, que participou da operação onde foram presos De Paula e Neto, negou ter visto no momento da prisão, qualquer valor em poder dos acusados.
Por último, a juíza ouviu a então candidata a vereadora Maria Célia. Ela constava em um suposta lista de candidatos que seriam cooptados pelo grupo de Ilderlei, mas o depoimento dela em pouco colaborou em favor da acusação.
Depois de 3 horas, a juíza decidiu por abrir um prazo de 24 horas para que defesa e acusação apresentem questionamentos em relação ao áudio.
Fixou ainda 48 horas para a PF entregue o laudo pericial do áudio e abriu mais 3 dias para que os advogados anexem ao processo suas alegações finais.
Só depois de cumpridos esses prazos, Adamarcia Machado irá decidir se acata ou não a denúncia. Caso ela aceite os argumentos da acusação, Ilderlei Cordeiro terá a diplomação cancelada e novas eleições podem ser convocados em Cruzeiro do Sul no prazo de 40 dias.