Amigo do filósofo Olavo de Carvalho – que todo jornalista que se preza deveria não apenas ler, mas estudar – um pesquisador estrangeiro lhe questionou certa feita por que as crianças brasileiras são tão inteligentes, e os jovens, demasiadamente burros. Em diversos artigos compilados no livro “O mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota”, Olavo responde a essa questão.
Segundo ele, as crianças estão com a mente completamente aberta ao conhecimento até a idade em que topam com aquilo que Pascal Bernardin chamou de “Pedagogia de Maquiavel”. A obra, intitulada “Maquiavel Pedagogo” – e se não me engano prefaciada no Brasil pelo próprio Olavo – aborda a crise nas escolas e pretende provar, em detalhes, que o objetivo prioritário da educação moderna é torná-la instrumento de uma revolução cultural e ética a serviço da esquerda mundial, sempre destinada a modificar valores, atitudes e comportamentos em escala planetária.
Não, caro e raro leitor: não se trata de teoria da conspiração, delírio ou esquizofrenia, mas a pura realidade, como mostram os fatos recentes nas escolas do Paraná. Naquele estado, segundo as informações mais recentes, estudantes e marmanjos que envergam blusas de Che Guevara e engrossam o coro dos defensores do larápio Luiz Inácio, há entre 790 e 820 unidades educacionais ocupadas por secundaristas – e outros que abandonaram os estudos há anos, mas que continuam a servir ao PT – que protestam contra a Reforma do Ensino Médio e a PEC 241, apelidada de “PEC do Teto de Gastos”.
A equação é simples para quem se dá ao trabalho de pesquisar: a Proposta de Emenda Constitucional 241, apresentada pelo governo de Michel Temer, limita as despesas do governo federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos.
A lógica por trás da iniciativa é evidente: governos, empresas, famílias e pessoas físicas não podem gastar mais do que ganham (ou arrecadam). No governo de Dilma Rousseff foi o comportamento perdulário dos que gastavam em demasia, sem querer saber de onde provinham os recursos, que nos levou ao abismo da crise.
Estudantes secundaristas, que costumam desconhecer a realidade do País e amargar números vexatórios nas provas de redação, nem sequer sabem contra o que estão a protestar. Mas os esquerdistas imiscuídos no movimento ocupacionista do Paraná, sim!
Cabe lembrar que o PT foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que entre outras coisas limitou a gastança de governadores com folha salarial e coibiu a destinação de dívidas aos sucessores. Os partidários de Luiz Inácio também repudiaram o Plano Real, que decretou o fim da inflação galopante e criou a estabilidade monetária necessária aos investimentos de longo prazo.
O PT que surfou nas ondas calmas da economia pós-FHC é o mesmo que alega agora, com argumentos do arco da velha, que a PEC 241 é daninha às tais conquistas sociais. E haja blasfêmia em nome dos pobres, os mais afetados pela gastança do governo deposto.
Esse discurso trôpego pode ser pescado nas redes sociais, verberado por militantes cuja ignorância consiste em apenas repetir o que dizem os “çábios” do partido.
Lamentável é que entre os palpiteiros haja aqueles que se denominam “jornalistas”. Quando incluídos na folha de pagamento estatal, vá lá!, eles merecem o nosso perdão. Mas quando o fazem por ideologia, simplesmente, devem estar destinados ao caldeirão do inferno.
Como bem disse o poeta Mario Quintana, “a burrice é invencível”. Sobretudo, digo eu, quando instada pela arrogância demoníaca dos que se acham mais espertos que os demais – e tão-somente por ostentar a famigerada estrela vermelha na testa.