Quando o deputado estadual Jonas Lima (PT) se elegeu a primeira vez, em 2010, era ainda um desconhecido na política regional. A força da sua família que tinha o deputado federal Taumaturgo Lima (PT) e o ex-secretário da Fazenda, Mâncio Cordeiro, ajudou-o bastante. Mas o tempo passou e Jonas soube “cavar” seu próprio lugar no cenário político acreano. Se reelegeu com facilidade em 2014 e deu um passo maior ao tentar eleger o seu irmão Isaac Lima (PT) prefeito de Mâncio Lima, em 2016. Conseguiu juntar “desafetos” da política do município num mesmo palanque e obteve uma bela vitória. Encontrei com os dois irmãos nesses dias na ALEAC. Batemos um papo sobre as perspectivas de gestão da prefeitura de Mâncio Lima administrada por oito anos pelo PMDB em dobradinha com o PC do B .
Isaac me disse que no momento está pensando só na transição na prefeitura do município para tomar pé da situação. “Queremos fazer um novo governo.” Como houve muitas trocas de acusações nos palanques da disputa indaguei se a transição poderia ficar complicada. “Não teremos problema, o Cleidson Rocha (PMDB) nos recebeu muito bem e já nos passou os projetos que estão em andamento.” Por outro lado, o deputado Jonas Lima atribuiu à união dos partidos da FPA a vitória do irmão. “Política é uma eleição atrás da outra e nós temos que aproveitar. A nossa união proporcionou, não só o meu crescimento político, mas de toda a FPA que melhorou a sua representatividade. Mâncio Lima foi o único município que a FPA ganhou no Juruá. Mas nós já descemos do palanque e estamos prontos pra ajudar a população que acreditou no nosso projeto,” afirmou.
Para encerrar, Jonas disse que não pretende ser candidato a deputado federal, em 2018, e que deverá ajudar Sibá Machado à reeleição. Quanto a briga que teve com o articulador político Carioca e com o governador Tião Viana (PT), o deputado minimizou: “Acho que a política é cheia de altos e baixos. Temos que reconhecer os nosso erros respeitando o direito dos outros. Quis mostrar como trabalha o meu grupo político para o partido reconhecer. Esse reconhecimento se faz com votos nas urnas. Sai de 4 mil votos, em 2010, para quase 8 mil, em 2014. Agora elegemos o Isaac. O governador sempre diz que sou a liderança do Juruá do PT, mas acho que é o nosso grupo que é forte,” concluiu.
Corrigindo
Publiquei que a prefeitura de Cruzeiro do Sul tem atualmente dois mil provisórios. Na realidade, segundo o prefeito Vagner Sales (PMDB), existem 400 na Educação e outros 231 em diversas áreas. Os da educação estão com o salário em dia e, os outros, receberão no início de novembro, garantiu Vagner.
Vacas magras
Estive em Cruzeiro do Sul e a “gritaria” por atrasos de pagamentos de fornecedores do Governo do Estado do PT é enorme. Também os comerciantes reclamam da nova forma de cobrança do ICMS. Dizem que têm que dar a parte do Governo muito antes de venderem as mercadorias.
Pipocando
Os funcionários da saúde pública estadual andam muito insatisfeitos. Poderá haver uma greve geral em breve. Vários trabalhadores do setor vieram do Juruá para participarem dos protestos que acontecerão nesta terça, 18, na ALEAC.
Luz no fim do túnel
O governador Tião Viana (PT) acerta ao começar a demitir cargos comissionados. Politicamente é melhor manter a máquina estatal funcionando do que “travada” com apaniguados políticos. Acredito que Viana tem tudo para dar uma reviravolta nos seus dois últimos anos de Governo. Já me disseram que prepara uma reforma no secretariado. Antes tarde do que nunca.
Perdidos
Conversei com algumas lideranças importantes do PSDB de Cruzeiro do Sul. Todos esperam mudanças de postura na direção do partido. Querem uma “renovação” de objetivos para poderem continuar filiados e atuantes na sigla.
Entrando numa “fria”
Alguns empresários de Cruzeiro do Sul que compraram cotas da Juruá Peixes as estão devolvendo. Não querem nem o dinheiro de volta. Só se livrarem dos problemas que foram gerados para alguns, por serem sócios, que se refletiram em restrições bancárias.
Cada macaco no seu galho
A interferência do Estado na produção tem sido um fracasso. Não adianta jogar dinheiro público em empreendimentos que deveriam ter os empresários como atores principais. Ao Governo cabe melhorar a infraestrutura do Estado para incentivar os empreendedores. Gestão pública não deve ser sócia de inciativa privada. Isso nunca deu certo e nem dará. Vejam aí os exemplos da Álcool Verde, Fábrica de Tacos de Xapuri, ZPE e, mais recentemente, a Peixe da Amazônia que parece também não estar bem das pernas.