O secretário estadual de Educação, Marco Brandão, interrompeu a reunião com representantes do Conselho Estadual de Educação para conceder entrevista à imprensa na tarde desta sexta-feira (23), na sala de reuniões da SEE/AC.
Marco Brandão falou acerca da Medida Provisória (MP) anunciada pelo presidente Michel Temer na quinta-feira (22) que trata da reforma do ensino médio. Devido tais mudanças, o currículo escolar precisará ser remodelado, a fim de adequar conteúdos e dar um novo formato as aulas.
Brandão informou que já deu início nesta sexta-feira, 23, a primeira de muitas reuniões com representantes do Conselho Escolar. “Lei é para ser cumprida e nós vamos cumprir! Vamos dar início, em caráter emergencial, a uma série de debates participativo que irá reunir diretores, professores, técnicos, estudantes e comunidade, ou seja, todos os que pensam a educação para que possamos desenhar o novo formato quanto à flexibilização do ensino médio no Acre”.
Ele explicou que a flexibilização do ensino médio não é novidade e já era debatido desde 2012, porém ele lamentou a forma como a mesma está sendo implementada, por força de lei. Para ele, o assunto deveria ser tratado com maior cautela e, acima de tudo, com a participação dos estudantes, da comunidade, dos educadores e especialistas em educação.
“O estudante precisa ser um agente participativo desse processo, ele precisa ser ouvido e sentir parte dessa transformação. Não podemos pensar a educação de modo impositivo, é necessário que o aluno se sinta parte do processo e desse novo perfil escolar que se desenha. Precisamos ainda pensar nessas mudanças, de modo a respeitar a realidade socioeconômica e cultural vivenciada pelos estudantes”, destacou Brandão.
Ao concluir, o secretário destacou ainda que irá seguir com o modelo, já em curso, da base nacional curricular, porém buscará implementar a flexibilização do ensino de forma democrática, inclusiva e pensando na sua integralidade.
“Não podemos pensar um ensino médio descolado das demais etapas de ensino, portanto, estaremos realizando consultas públicas para estabelecer os novos rumos da educação”, ressaltou.
A expectativa é que o novo modelo seja implementado em 2018, após a conclusão dos debates em todo o Estado. Vale destacar ainda que a MP terá de ser aprovada em até 120 dias pela Câmara e pelo Senado, caso contrário, perderá o efeito. O Ministério da Educação decidiu manter as disciplinas de artes, educação física, filosofia e sociologia como obrigatórias até a definição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deverá ser concluído em 2017