Alguns meses são simbólicos para a divulgação e o combate de certos problemas, como o mês de outubro, que, para falar sobre o combate ao câncer de mama, virou Outubro Rosa. Ou então o Novembro Azul, que serve para discutir o câncer de próstata. Com o mês de setembro não é diferente, ele pode ser conhecido por Setembro Amarelo e traz à luz um assunto muito importante: o suicídio.
O movimento do Setembro Amarelo é mundial e ocorre no Brasil desde 2014. Ele tem duração de 30 dias e foi escolhido para acontecer no nono mês do ano, pois o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Não é novidade o assunto suicídio ainda ser tabu em nossa sociedade, mesmo levando mais de 800 mil vidas por ano. As pessoas não falam sobre isso, mas não impede que seja uma prática comum.
No Acre, a programação foi extensa. Entre os dias 9 e 10, sexta e sábado, estudantes universitários e servidores públicos, além da sociedade civil debateram, no auditório do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) – o Pronto Socorro-, práticas de atendimento que visem prevenir e combater os registros de suicídio. O encontro foi intitulado como 1ª Jornada de Prevenção ao Suicídio e Valorização da Vida.
A assistente social Ana Maria Silva, que participou do encontro, comentou que entende como positiva a iniciativa da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre). “Nesse ano a gente tem visto várias atividades interessantes e estamos sempre participando. Tocar num assunto como esse é extremamente necessário, principalmente porque trata de vida, e nós profissionais, seja qual for a área, precisamos estar atentos a esse debate”, comenta.
O evento reuniu participantes de vários municípios acreanos, incluindo os isolados, Jordão, Santa Rosa do Purus e Porto Walter. Um deles, Adriano Espíndola, psicólogo, afirma que “o número de casos é alarmante, principalmente o que vimos aqui durante as discussões. A gente precisa se preparar para ao receber pessoas com esses desejos, estarmos prontos a ajudar, impedindo novas mortes, novos casos”, diz.
A Jornada faz parte de uma extensa programação anual organizada pela Sesacre. Para o secretário Gemil Júnior, o governo tem desempenhado bem o papel de receber e cuidar de pessoas em situação de vulnerabilidade social ou psicológica. “Nosso trabalho é intenso nas unidades, na capacitação de nossos servidores e, principalmente, fazemos isso pensando nas pessoas que chegam às nossas unidades todos os dias”, destaca.
Segundo Gemil, a participação de acadêmicos de cursos ligados à saúde também é essencial. “Eles estarão em breve nas nossas unidades, como servidores. Desde já precisam dessa capacitação. Conhecimento nunca é demais. Temos tido essa importante parceria com as faculdades. Isso também faz parte do plano de trabalho solicitado pelo governador Tião [Sebastião] Viana a equipe da Sesacre, que tem se empenhado nessas ações”, completa.
