Após trocar críticas com a presidente Dilma Rousseff (PT), a ex-senadora Marina Silva (PSB) afirmou que não quer “destruir ninguém”. “Eu não sei o que meus oponentes vão fazer comigo, vão dizer de mim. Mas eu sei o que quero fazer. Eu não quero destruir a Dilma nem o Aécio [Neves, do PSDB] nem ninguém. Eu quero construir o Brasil”, afirmou, em entrevista transmitida nesta madrugada pelo “Programa do Jô”, da Rede Globo.
Nesta semana, a presidenciável – recém-filiada ao PSB – já havia divergido publicamente de Dilma duas vezes. Na primeira, ironizou declaração da petista, que havia sugerido que seus possíveis adversários em 2014 “estudassem muito” antes de pleitear o cargo.
Depois, criticou a política econômica conduzida pelo governo federal e foi rebatida pela presidente.
Apesar da afirmação, Marina fez críticas à política de alianças do governo federal. Disse que há “um sequestro da política pela lógica do pragmatismo e do fisiologismo” e que acha que Dilma não pode estar “tranquila” com a relação que mantém com o Congresso.
“Eu não consigo imaginar que a presidente Dilma possa se sentir tranquila em mais quatro anos sendo chantageada dentro do Congresso”, afirmou.
Sobre a filiação ao PSB de Eduardo Campos, Marina disse que a decisão foi tomada porque considerou que a Rede Sustentabilidade – partido que tentava formalizar a tempo de disputar a eleição de 2014 – não podia se “omitir em relação às ideias”.
“Eu não tenho como objetivo de vida ser presidente da República, tenho como objetivo de vida um país melhor e um mundo melhor. Se para isso necessário for ser presidente, eu serei, mas se tiver quem faça isso por mim, continuarei como professora com muito orgulho.”
A ex-senadora também disse que a conversa em que ela e Campos formalizaram a aliança “não colocou essa coisa de vice, de não vice”. “Ela partiu da candidatura de Eduardo e de que a candidatura da Rede tinha sido negada pelos cartórios.”
Marina também atacou a polarização PT-PSDB e disse que essa é a maneira mais fácil de não discutir ideias.
“Há nesse momento a busca de que a eleição de 2014 fique no velho terreno da polarização PT-PSDB, porque as pessoas já descobriram que essa é a maneira mais fácil de não discutir ideias e entrar no ringue para um embate, e o eleitor fica de espectador.”