O advogado Raimundo Sebastião, o Marcílio, resolveu usar seus vinte e nove anos de experiência na área criminal, e recuar da idéia de apresentar Breno Herrera, seu cliente, acusado de matar a tiros o cabeleireiro Francisco Garcia da Costa, o vermelho.
No inicio da manha, o advogado confirmou a intenção de apresentar Breno na Delegacia da 1 Regional, onde esteve para conversar com o delegado Getúlio Monteiro, que vai presidir o inquérito.
Desconfiando de que a polícia já possuía um mandado de prisão contra seu cliente, Marcilio resolveu adiar a ida de Breno a delegacia e recorrer da decisão judicial.
“Em vinte e nove anos de experiência nunca apresentei um acusado na delegacia para que ele ficasse preso. E não vai ser hoje que isso irá acontecer. Soube que existe um mandado contra meu cliente, o que acho injusto, pois ele tem residência fixa, trabalha e não possui antecedentes. Vou entrar com pedido de relaxamento da prisão para então colocá-lo á disposição da justiça”, disse o advogado.
Enquanto Marcilio conversava com o delegado, familiares de Francisco Garcia aguardam na recepção da delegacia ansiosos pela apresentação do acusado. Uma cunhada da vitima, que pediu para não ter o nome publicado desmentiu a versão de que a morte de Francisco esteja relacionada a uma dívida de R$ 1.500. Segundo ela, a motivação foi banal, e teve a influencia de outros lojistas do camelódromo.
“Não tem nada a ver com essa estória de R$ 1.500. na verdade a briga entre eles foi por causa de um chip de celular. O Vermelho comprou um chip do pai do Breno e perdeu esse chip. O Breno foi no salão cobrar os R$ 10,00 que era o valor do chip, ai eles dois discutiram. Nem briga corporal houve. Acontece que depois que eles discutiram, um homem que tem um lanche lá próximo, disse por Breno que o Francisco ia pegar ele. Ai ele foi em casa pegou um revólver e matou meu cunhado. Foi isso o que aconteceu”, relatou a mulher.
Jairo Barbosa – [email protected]