Os bancos decidiram proibir que consumidores façam compras no exterior com cartão de crédito e paguem diretamente em reais, não dólares. A orientação foi dada pela Associação de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e poderá ser seguida ou não pelos bancos.
A conversão dos valores gastos (de dólar para real) no momento da compra acabava sendo uma alternativa para o consumidor brasileiro já saber, naquela hora, quanto pagaria, em vez de esperar vir a fatura do cartão de crédito, com a cotação de quando fora fechada. Isso porque o dólar pode subir depois, e o consumidor acaba pagando mais por suas compras.
Nesta sexta-feira (13), confirmaram a adesão à orientação da Abecs o Bradesco, o Santander e o Itaú-Unibanco. A Caixa Econômica Federal disse que ainda está avaliando a recomendação. O Banco do Brasil disse apoiar a iniciativa da Abecs e que está “analisando eventuais medidas que poderão ser tomadas sobre o tema”.
Os bancos que aderirem à recomendação devem avisar seus clientes com antecedência de pelo menos 30 dias, conforme informou a Abecs.
De acordo com a entidade, as instituições financeiras vinham registrando muitas reclamações de clientes em relação à cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38% sobre os valores pagos – muitos achavam que, se a compra era feita em reais, não deveria haver a incidência do tributo.
“Atualmente, o valor demonstrado ao cliente na hora da compra não contém o IOF obrigatório e sofre, por conta do risco cambial, uma conversão para dólar e uma nova conversão para o real. Essas conversões podem trazer um prejuízo para o cliente, pois em muitas situações o valor final cobrado é maior que o esperado”, disse, em nota, o Itaú-Unibanco.
A Abecs afirmou que essa orientação não foi dada em vista da recente valorização do dólar frente ao real.