A assessoria de imprensa do governo do Acre, claro, não deu. Mas a notícia ganhou as ruas depois da denúncia feita, na sessão desta terça-feira, 21, na Aleac. Partiu do deputado Gehlen Diniz (PP): 180 policiais acrianos serão enviados ao Rio de Janeiro para ajudar na segurança do evento.
Parece brincadeira que o governo de Sebastião Viana ignore a crise na segurança pública e escale tantos agentes para as Olimpíadas no Rio. A única explicação possível para tamanha demonstração de empáfia é que a violência não chegou ao governador e nem a membros de sua família. E mais um detalhe: o desfalque não afetará (óbvio!) o efetivo encarregado de proporcionar aos Viana a vigilância que o cidadão comum nunca teve.
Segundo a denúncia de Gehlen Diniz, 120 policiais deixarão a capital acriana e outros 60 serão realocados a partir dos municípios do interior. Os que ficam serão sobrecarregados de serviço, a fim de suprir a ausência dos colegas.
O comando da PM informou à imprensa que os militares que permanecerem no Estado terão a oportunidade de fazer muitas horas extras. Em outras palavras, a população, além da redução do efetivo policial, ainda vai pagar a conta dessa restrição.
Na passagem da Tocha Olímpica pelas ruas de Rio Branco, o governo aproveitou pra atochar duas vezes a população.
Primeiro foi o deslocamento dos agentes das forças policiais, que nos deixarão em um momento de extrema dificuldade. A segunda foi obra dos deputados da base governista, que derrotou o pedido de instauração da CPI da Sehab.
Na mesma sessão na Aleac, o secretário Emylson Farias (Segurança Pública) foi duramente criticado por não ter comparecido à audiência pública realizada no dia 16, no município de Sena Madureira. O encontro debateu o aumento do tráfico de drogas, roubos e furtos naquele município. Mas nada disso parece prioridade para o atual governo, não é mesmo?
Em janeiro deste ano, a Força Nacional realizava “instruções de nivelamento de conhecimento voltadas aos Jogos”. O evento era destinado a policiais requisitados a atuar no Rio de Janeiro. O governo não fez alarde do fato pelas críticas que tem recebido da população. Afinal, é enorme o descontentamento com a política de segurança pública.
O Piauí é um dos 14 estados que vão contribuir com o envio de policiais militares ao evento. Mas, ao contrário do Acre, se preparou pra isso a partir do aumento do efetivo.
Em abril, o governo do Rio Grande do Sul informou que não enviaria policiais para atuarem nas Olimpíadas. O próprio governador gaúcho, José Ivo Sartori, anunciou a desistência um dia depois de se comprometer com o governo federal.
Sartori afirmou, na ocasião, que a segurança dos gaúchos era a “prioridade absoluta” do seu governo.
Pena que Sebastião esteja se lixando para todos nós.