A Polícia Federal (PF) vinculou três empresários do Amazonas flagrados, em maio, com R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo no aeroporto de Brasília ao deputado federal Adail Filho (Republicanos-AM) e ao pai dele, o prefeito de Coari (AM), Adail Pinheiro (Republicanos). As informações foram publicadas pelo UOL.
A Justiça do Distrito Federal remeteu o inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF), que já recebeu os autos, mas ainda não definiu o ministro relator. A investigação apura suspeitas de desvio e lavagem de dinheiro. De acordo com trechos do inquérito obtidos pelo UOL, empresários, deputado e prefeito são investigados por possível participação em esquema envolvendo recursos públicos.
Os empresários César de Jesus, Vagner Moitinho e Erick Saraiva chegaram a ser detidos, mas respondem em liberdade. Eles foram indiciados por lavagem de dinheiro, acusação que negam.
Adail Filho afirma não manter relação comercial com os investigados. Segundo o deputado, houve apenas apoio político, incluindo a cessão de gabinete e motorista a Vagner Moitinho, a pedido do filho dele — vereador em Presidente Figueiredo (AM) — prática que diz adotar com outros aliados.
A defesa tentou impedir o envio do inquérito ao STF. O ministro Alexandre de Moraes, sorteado para analisar o caso, citou decisão da 2ª Vara Criminal do DF que apontou indícios de envolvimento de parlamentar federal, justificando a remessa por foro privilegiado.
As investigações identificaram transações suspeitas e repasses de emendas parlamentares, com registros de recursos federais destinados a Coari e indícios de desvios relacionados a contratos públicos. A PF também apontou cerca de R$ 6 milhões em contratos firmados entre a Prefeitura de Coari e empresas ligadas aos empresários investigados.
Decisão da 2ª Turma Criminal do TJ-DF menciona indícios de atuação conjunta de deputado e prefeito em fraudes, com base em elementos obtidos por quebra de sigilo telemático.
O advogado Fabrício Parente, que defende Vagner Moitinho e Adail Pinheiro, afirma que não houve crime no transporte do dinheiro e nega qualquer relação do prefeito e do deputado com a apreensão. Também refuta a existência de vínculos empresariais entre o parlamentar e os investigados ou recebimento de pagamentos. O deputado diz possuir apenas duas empresas registradas em seu nome e rejeita qualquer ligação comercial com Moitinho. A defesa sustenta ainda que os investigados são vítimas de preconceito por parte da polícia.


















