Acre 01

Reorganização do atendimento pediátrico amplia acesso de crianças à rede municipal de saúde

Por
Whidy Melo

O atendimento pediátrico na rede municipal de saúde de Rio Branco passou por uma reorganização que já começou a impactar diretamente o cuidado com as crianças no município. A implantação do Ambulatório Pediátrico na Policlínica Barral y Barral concentrou o atendimento especializado em pediatria, ampliou o acesso aos serviços e garantiu prioridade aos casos de maior complexidade.


A iniciativa foi conduzida pela Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e centralizou na Policlínica Barral y Barral os seis pediatras da rede municipal, sendo cinco profissionais destinados ao atendimento pediátrico geral e um pediatra exclusivo para crianças de 0 a 2 anos classificadas como de alto risco. O ambulatório passou a ser responsável pelos atendimentos que demandam avaliação especializada, especialmente aqueles encaminhados pela regulação.


Segundo a diretora da Policlínica, Williane Costa, a mudança fortalece o papel da unidade como referência em especialidades e contribui diretamente para a melhoria do fluxo de atendimento na rede municipal. Ela explicou que a concentração dos pediatras no Barral y Barral facilitou o encaminhamento dos pacientes e permitiu que cada profissional atue de forma mais estratégica dentro de sua área de competência.


“Hoje, a Policlínica Barral y Barral passa a receber todos os pediatras que estavam lotados nas URAPs para atuarem de forma especializada aqui. Isso torna o serviço mais centralizado e facilita o encaminhamento dos pacientes. O clínico geral resolve o atendimento básico e o pediatra entra com a especialidade, garantindo mais qualidade no cuidado às crianças”, afirmou a diretora.


Novo fluxo de atendimento

Com a reorganização, a Atenção Primária à Saúde passou a assumir um papel ainda mais central no cuidado infantil, tornando-se a principal porta de entrada para o atendimento às crianças. Ao todo, 117 médicos da rede pública — sendo 84 da Estratégia Saúde da Família e 33 das URAPs — passarão a realizar o atendimento inicial nas unidades de saúde. Quando identificada a necessidade de atenção especializada, o próprio profissional realiza o encaminhamento por meio da regulação, sem que o responsável precise se deslocar apenas para solicitar vaga. O comparecimento à Policlínica ocorre somente no dia da consulta, após contato da regulação.


Para a gerente do Departamento de Regulação, Sulamita Guedes, a reorganização representa um avanço importante na organização do serviço e na garantia de acesso ao atendimento especializado. Ela destacou que a regulação passa a cumprir de forma mais efetiva seu papel de ordenar o fluxo e priorizar quem realmente precisa do especialista.


“A regulação traz organização ao atendimento e garante que o especialista atenda quem realmente precisa. São crianças que já passaram pelo médico da Atenção Primária e que apresentam alguma particularidade que o profissional não conseguiu conduzir, tornando necessária a avaliação do pediatra”, explicou Guedes.


Impacto para a população

O Ambulatório Pediátrico da Policlínica Barral y Barral passou a ofertar cerca de 80 atendimentos semanais, o que corresponde a aproximadamente 16 atendimentos diários por profissional, direcionados principalmente às crianças que já aguardavam na fila da regulação. Paralelamente, com os médicos da Atenção Primária assumindo os atendimentos de baixo risco e de rotina, a rede municipal amplia de forma significativa a capacidade de atendimento pediátrico.


De acordo com a chefe da Divisão de Saúde da Criança, Manoella Moura, a centralização dos pediatras é uma estratégia fundamental diante do número reduzido de especialistas no município e do grande volume de atendimentos anteriormente registrados nas URAPs. Ela ressaltou que o novo modelo permite organizar melhor a demanda e garantir prioridade para os casos que realmente necessitam de atenção especializada.


“Antes, havia um grande volume de crianças nas URAPs, inclusive casos que poderiam ser resolvidos pelo clínico geral. Isso acabava dificultando o acesso das crianças que realmente precisavam do pediatra. A centralização permite estratificar melhor esses casos e garantir prioridade a quem necessita do atendimento especializado”, destacou a gestora.


A mudança também já é percebida pelas famílias que utilizam o serviço. A mãe de primeira viagem, Luyza Vasconcelos, que levou a filha Maria Flor, de 24 dias, para atendimento, ressaltou a importância do acompanhamento médico, especialmente nos primeiros dias de vida da criança.


“É tudo muito novo para a gente, ainda estamos aprendendo. O atendimento com o médico é muito importante, principalmente para nós, que somos pais de primeira viagem. Eu gostei muito do atendimento e fui muito bem acolhida”, relatou a mãe.


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Whidy Melo