Narciso em 30 Linhas

Como elas morrem

Por
Narciso Mendes

Elas quem? Por incrível que pareça, as próprias democracias.


Steven Levitsky e Daniel Ziblatt são dois dos cientistas políticos mais celebrados do mundo, particularmente, em se tratando da defesa do próprio regime democrático. Porém, frente aos recorrentes retrocessos democráticos e como os mesmos estão se sucedendo, e em escala crescente, muito oportunamente, escreveram àquele se tornou no maior best-seller dos últimos tempos. A propósito, deram-lhes o título: “como as democracias morrem”. Nada mais oportuno.


Portanto, não será por falta de aviso que as democracias continuam ameaçadas e exigindo sérios cuidados. Os acima citados são cientistas políticos da famosíssima Universidade de Havard, sabidamente, a mais importante do mundo quando tratamos de defender o regime democrático.


Se a referida obra veio em boa hora ou atrasadamente, uma coisa já se tem por certo: o retornou de Donald Trump à presidência dos EUA antecipou a sua publicação, afinal de contas, a própria palavra democracia vem do grego “demos”, (povo), e “Kratos”, (poder). Em síntese: refere-se ao governo do povo, pelo povo e para o povo.


Lamentavelmente as democracias não são iguais. A propósito e não raramente, elas são qualificadas em diferentes graus de maturidade. Diria mais: apenas um pequeno grupo de países, em particular a Noruega, neste quesito, merece nota 10.


A própria democracia dos EUA quando comparada com as demais, mundo afora, não as consideram como um valor universal, e isto porque, sempre tem utilizado as suas forças para fazer prevalecer os seus próprios interesses, sejam as de ordens econômicas, as militares e as tecnológicas.


A doutrina Morroe, estabelecida no longevo ano de 1.823, chegou a estabelecer a seguinte ordem: “A América para os americanos”. O mesmo voltou a acontecer, no ano de 1.904, com o corolário Roosevelt, uma extensão da própria doutrina Monroe.


Com o retorno de Donald Trump a presidência do EUA e seguindo as mesmas pegadas da doutrina Monroe e do corolário Roosevelt, sem maiores surpresas o próprio Donald Trump instituiu a Doutrina Trump, ou seja, a “América Fisrt”. Nesta, as decisões políticas e econômicas devem servir primariamente os interesses dos EUA, sem nenhuma preocupação com a ordem liberal dos seus próprios aliados.


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Narciso Mendes