Acre 02

“E se fosse minha mãe?”: após serviço, PM manteve buscas por idosa que sumiu durante caminhada

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Da redação ac24horas

O desaparecimento da idosa Clarice Amácio, de 77 anos, mobilizou equipes de segurança e voluntários, mas foi a decisão pessoal de um policial militar, mesmo fora do horário de serviço, que fez a diferença para que ela fosse encontrada com vida.


O sargento Fernando Barreto relatou que estava de serviço no dia 25, quando o sumiço da idosa foi amplamente divulgado. Durante o plantão de 12 horas, a guarnição realizou diversas buscas, porém sem sucesso. Ao fim do expediente, já em casa, o policial afirmou ter sentido que precisava continuar tentando.


Segundo ele, após entrar em contato com o filho da idosa, recebeu a informação de que Clarice poderia ter entrado em uma área de mata próxima a um hotel abandonado. Sem hesitar, decidiu se equipar, utilizar o próprio veículo e retornar ao local. Pelo menos cinco amigos também se voluntariaram para ajudar nas buscas.


Por conhecer bem a região, o sargento e os voluntários entraram na mata antes mesmo da chegada do Corpo de Bombeiros. Durante a varredura, o grupo se dividiu, e Fernando seguiu sozinho por uma das direções. Foi nesse momento que, ao iluminar o local com a lanterna, percebeu o movimento da perna da idosa.
“Quando eu vi que era ela, gritei que tinha encontrado”, relatou.


Pouco depois, as equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local e deram apoio ao resgate, que foi registrado em vídeos. Clarice estava havia quase dois dias na área de mata, em estado de hipotermia e próxima a um córrego, o que, segundo o policial, poderia ter sido fatal caso a busca fosse adiada para o dia seguinte.


“Se deixasse pra procurar ela no outro dia, ela não resistiria. Uma, porque ela já tava com o grau de hipotermia elevado, e outra, ela tava bem num local de um córrego, né, que dependendo do nível da água, ela poderia até morrer afogada”, disse.


O sargento destacou que, mesmo diante do cansaço e da incerteza, não desistiu. “Algo me induziu a continuar. Eu só pensava: e se fosse a minha mãe? Eu não ficaria um segundo sem procurar”, afirmou. Ele também ressaltou o empenho dos bombeiros, que carregaram a idosa até a viatura para que recebesse atendimento.


O reencontro com vida, ocorrido no dia de Natal, foi descrito como um presente para a família. Para o policial, a sensação de ter participado do resgate é inexplicável. “Graças a Deus, foi um sucesso. Acredito até o último minuto, e isso fez a diferença”, concluiu.


Assista ao vídeo:


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