A Defesa Civil Estadual do Acre apresentou, na noite desta sexta-feira (26), à cupula do governo, um panorama preocupante sobre a cheia da bacia do Rio Acre, que detalha como as chuvas acima da média registradas nos últimos dias em praticamente toda a bacia têm provocado uma elevação acelerada do nível do rio, especialmente na capital, Rio Branco, que se aproxima da cota de alerta. Na medição das 18h00, o manancial na capital chegou 12,20m.
De acordo com Batista, nas últimas 48 horas foram registrados volumes expressivos de chuva em municípios como Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba (zona rural) e Rio Branco. Na capital, a precipitação chegou a cerca de 160 milímetros no período, enquanto na região de Brasiléia e Epitaciolândia os acumulados ultrapassaram 230 milímetros. “São volumes de água muito grandes, concentrados em pouco tempo, o que explica a rápida resposta do rio”, ressaltou.
O nível do Rio Acre, segundo a apresentação, atingia cerca de 12,20 metros no momento da reunião, com uma subida considerada acelerada nas últimas 24 horas. A preocupação maior, conforme frisou o coordenador, é o fato de o rio estar se aproximando da cota de alerta em Rio Branco, fixada em 13,50 metros. “Se continuar nesse ritmo e com as previsões de mais chuva para os próximos dias, o cenário exige atenção máxima”, alertou.

Foto: Whidy Melo/ac24horas
Diante do quadro, toda a estrutura do Governo do Estado já foi acionada dentro do plano estadual de contingência, que orienta a atuação integrada da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, das forças de segurança e das demais secretarias. O plano prevê apoio direto aos 22 municípios acreanos, respeitando os planos municipais de contingência, que são responsáveis legais pelo acolhimento e abrigamento das famílias atingidas.
O Corpo de Bombeiros, conforme explicado por Batista, é o primeiro órgão estadual a chegar às ocorrências, atuando tanto em áreas urbanas com alagamentos e problemas de drenagem quanto em regiões afetadas por enxurradas em igarapés. Em Rio Branco, equipes já realizam atendimentos em diversos pontos, retirando famílias de áreas de risco e encaminhando-as à Defesa Civil municipal.
Atualmente, cerca de 800 profissionais, entre militares do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e servidores civis, estão em condição de pronto atendimento para apoiar os municípios. Esse efetivo pode ser ampliado conforme a ativação dos níveis do plano de contingência. O Estado também disponibiliza uma ampla estrutura logística, incluindo caminhões, caminhonetes, embarcações e outros equipamentos, que podem ser mobilizados conforme a necessidade.
Outro ponto destacado na reunião foi a previsão climática para os próximos meses. Segundo a Defesa Civil, os modelos indicam chuvas acima da média em janeiro, fevereiro e março em todo o Acre, o que eleva o risco de novos episódios de cheia. Embora a região do Juruá também esteja no radar, a principal preocupação no momento é a bacia do Rio Acre, especialmente na capital.


















