Acre 01

Chuvas no Acre criam efeito cascata de quebra de barragens, diz Tchê: “psicultura está se perdendo”

Por
Whidy Melo

Durante a reunião emergencial realizada na noite desta sexta-feira (26), na Casa Civil do Governo do Acre, o secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, José Luis Tchê, fez um relato contundente e preocupante sobre os efeitos devastadores das chuvas intensas que atingem o estado, sobretudo nas regiões do Baixo e do Alto Acre. Segundo ele, o setor produtivo rural já enfrenta prejuízos significativos, com perdas que se acumulam a cada hora de chuva.


O secretário descreveu um cenário de dificuldades extremas no campo. O grande volume de água comprometeu seriamente o acesso às comunidades rurais, isolando produtores e dificultando a atuação das equipes técnicas do governo. Estradas estratégicas, como a Transacreana e a Estrada do Mutum, se transformaram em trechos praticamente intransitáveis.


“A maior dificuldade agora é conseguir chegar aos locais. Hoje pela manhã, a situação era extremamente difícil”, relatou Tchê, ao destacar que o isolamento impede tanto o socorro imediato quanto a real dimensão dos danos.


Mas é na piscicultura que a situação se mostra ainda mais alarmante. De acordo com o secretário, o rompimento sucessivo de barragens e açudes vem provocando um efeito cascata, arrastando junto anos de investimento de pequenos e médios produtores. A água rompe estruturas, leva os peixes e deixa para trás prejuízo, desânimo e incerteza.


“Está estourando muita barragem. Praticamente a piscicultura está se perdendo”, afirmou, ao reconhecer que o impacto vai além da perda econômica imediata. “Rompe uma, depois outra. É um prejuízo em cadeia.”


O excesso de chuva também atinge em cheio o calendário agrícola, agravando ainda mais a situação. Este é justamente o período considerado crucial para o plantio, quando as áreas já estavam limpas, preparadas e mecanizadas. Com o solo encharcado, no entanto, o plantio se torna inviável, interrompendo o ciclo produtivo e empurrando os agricultores para um cenário de perdas quase inevitáveis.


“Era o momento certo de plantar. Tudo estava preparado. Mas com uma chuva dessa, perde-se bastante”, lamentou o secretário.


Segundo Tchê, o prejuízo para a agricultura já é uma realidade, mesmo antes da conclusão de um levantamento técnico mais detalhado. Esse diagnóstico, conforme explicou, só poderá ser realizado após a diminuição das chuvas, quando as equipes conseguirem acessar as áreas atingidas.


Compartilhe
Por
Whidy Melo