Mesmo após identificar Antônio de Souza Moraes, de 22 anos, como autor do homicídio de Moisés Alencastro, a Polícia Civil do Acre afirmou em coletiva na manhã desta quarta-feira, 24, que o crime ainda não está totalmente esclarecido. Segundo o delegado Alcino Ferreira Júnior, responsável pela investigação, há elementos consistentes que indicam a presença de uma segunda pessoa no apartamento no momento do crime, o que mantém a apuração em curso.
De acordo com o delegado, a definição da autoria representou apenas o primeiro passo da investigação. “Autoria definida [Antônio de Souza Moraes], a gente acredita que tenha uma segunda pessoa envolvida também, que ainda será objeto de aprofundar as investigações pra gente também fazer essa identificação”, afirmou durante entrevista coletiva.
Segundo Alcino Ferreira Júnior, os indícios que sustentam essa linha investigativa surgiram a partir da análise do local do crime e dos depoimentos colhidos ao longo das últimas 48 horas. “Nós acreditamos que, pelas informações que já foram juntadas aos autos, inclusive, tinham duas pessoas no apartamento, sim, além da vítima”, disse o delegado.
A ausência de sinais de arrombamento no imóvel reforça a hipótese de que os envolvidos entraram de forma consensual. “Pelas circunstâncias de não arrombamento no domicílio, ali no apartamento, não ter sinais de que houve violações, faz crer que as pessoas que estavam no apartamento entraram de forma consensual”, explicou.
Para o delegado, o cenário afasta, ao menos inicialmente, a possibilidade de um crime premeditado de roubo. “Às vezes pode ter a falsa impressão de que, pelo fato de ter subtração de bens, necessariamente seria um latrocínio, mas essa verdade não é absoluta”, afirmou.
A investigação aponta que o homicídio pode ter ocorrido após um conflito entre pessoas que já mantinham algum tipo de vínculo com a vítima. “Possivelmente amigos, pessoas que eram do relacionamento da vítima. E que ali dentro pode ter acontecido, provavelmente aconteceu um desentendimento que levou ao óbito da vítima”, disse Alcino Ferreira Júnior.
Somente após o crime, segundo a polícia, os bens teriam sido subtraídos. “Em seguida foi observada a oportunidade de subtrair bens. Daí a gente acaba dizendo, numa linguagem mais técnica, que acontece um concurso material de crimes, onde houve ali um homicídio qualificado seguido de um furto”, detalhou.
O delegado ressaltou que a identificação do segundo envolvido é tratada como prioridade neste momento da investigação. “A segunda pessoa envolvida, a gente está praticamente trabalhando a identificação para também trazer as circunstâncias exatas desse desentendimento”, afirmou.
Sobre o perfil do assassino, Alcino informou que os dados ainda estão sendo preservados. “A gente não vai te passar essa informação agora fechada, mas eu tenho depoimentos registrados e juntados na Justiça que subsidiaram o decreto de prisão preventiva”, disse.
A Polícia Civil reforçou que as diligências continuam, tanto na capital quanto no interior do estado, e que novas informações devem surgir à medida que os laudos periciais e o exame cadavérico forem concluídos. “A gente precisa do laudo cadavérico pra poder fechar certinho”, finalizou o delegado.


















