Menu

“Não é tragédia individual, é estrutura de ódio”, diz entidade sobre morte de ativista

Foto: Instagram
Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

A Associação de Homossexuais do Acre (AHAC) divulgou uma nota pública de luto e indignação após a morte de Moisés Alencastro, destacando que o caso não pode ser tratado como um episódio isolado e chamando atenção para a possibilidade de violência motivada pelo ódio.


Na manifestação, a entidade afirma que “a violência contra pessoas LGBTQIA+ não é um acaso, não é tragédia individual, mas o resultado de uma estrutura de ódio”, relacionando esse tipo de crime a outras formas de violência estrutural presentes na sociedade.

Anúncio


A AHAC lembra que Moisés, conhecido carinhosamente como Darling, foi “amigo, companheiro de caminhada, militante histórico, produtor cultural e defensor incansável da dignidade humana”.


Segundo a nota, “a cultura acreana e a luta pelos direitos humanos amanheceram mais silenciosas. Amanheceram feridas”.


Ao relembrar a trajetória de Moisés no movimento social, a associação destaca que ele esteve à frente de iniciativas históricas, como as Semanas Acreanas da Diversidade e as Paradas do Orgulho LGBT no Acre, “em tempos em que ser LGBT significava viver sob ameaça constante, quando o Estado não investigava crimes contra nossas vidas e quando nossas mortes eram tratadas como invisíveis”.


A entidade também critica reações registradas após o crime, ressaltando que “não se pode culpar a vítima pelo crime que a vitimou”. Para a associação, comentários que responsabilizam Moisés por sua própria morte revelam a persistência do preconceito.


“Depois de tantas décadas de luta, ainda existem milhões de pessoas que insistem em responsabilizar quem morreu, como se amar fosse um erro, como se existir fosse uma provocação”, diz o texto.


Outro trecho da nota reforça que “amar não é crime” e que nenhuma relação afetiva pode justificar violência. A AHAC afirma ainda que negar o preconceito é “fechar os olhos para a realidade” e que crimes contra pessoas LGBTQIA+ e mulheres “não são fatos isolados, mas expressões de uma estrutura que autoriza a desumanização”.


No encerramento, a associação presta solidariedade à família, amigos, colegas de trabalho e aos movimentos cultural e social, afirmando que Moisés “não merecia partir assim”.


A nota conclui com uma mensagem de despedida: “Que tua memória seja eterna. Que tua história siga viva em nossas lutas”.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido