Três pedidos de impeachment contra o governador do Tocantins, Wanderley Barbosa (Republicanos), estão paralisados na Assembleia Legislativa do estado. As solicitações têm como base suspeitas de fraude em contratos firmados durante a pandemia de Covid-19, mas não avançam porque deputados responsáveis por dar andamento ao processo também são investigados no mesmo caso. A informação é do UOL.
Ao todo, dez dos 24 deputados estaduais são alvos da investigação que envolve o governador. Quatro deles integram a Mesa Diretora da Assembleia — órgão que decide sobre o prosseguimento dos pedidos —: o presidente Amélio Cayres (Republicanos), o 1º vice-presidente Léo Barbosa (Republicanos), o 2º vice-presidente Cleiton Cardoso (Republicanos) e o 1º secretário Vilmar de Oliveira (Solidariedade).
O regimento interno da Casa prevê que parlamentares devem se declarar impedidos em casos de interesse próprio. O artigo 160 determina que o deputado deve comunicar à Mesa sua suspeição em matérias que envolvam “causa própria ou assunto em que tenha interesse individual”. Até o momento, nenhum dos quatro membros da Mesa Diretora investigados declarou impedimento.
Diante disso, os pedidos de impeachment não avançaram nem foram rejeitados, já que deputados investigados não podem deliberar sobre o tema.
O governador e os parlamentares foram alvos da Operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação apura um suposto esquema envolvendo a compra de cestas básicas e frangos congelados pelo governo estadual durante a pandemia, que teriam sido pagos, mas não entregues. Segundo a PF, os valores arrecadados com a venda dos produtos teriam sido desviados para os envolvidos. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 73 milhões. O inquérito tramita sob sigilo.


















