Foto: Sérgio Vale
Faltando poucos dias para o Natal, as vitrines de Rio Branco já dão pistas sobre como será o consumo em 2025: mais cauteloso, focado em presentes acessíveis e guiado pelo equilíbrio entre o desejo de presentear e o orçamento apertado. É o que revela uma pesquisa da Fecomércio com empresários do comércio local, que aponta os presentes como o principal motor das vendas neste fim de ano.
A expectativa, ainda assim, é positiva. Para 60,6% dos comerciantes, o faturamento do Natal de 2025 deve superar o registrado no ano passado. Outros 15,6% acreditam em estabilidade, enquanto a mesma proporção projeta queda nas vendas, refletindo um cenário de otimismo moderado, mas atento às incertezas econômicas.
Para atrair o consumidor, os lojistas apostam em estratégias que cabem no bolso. Descontos e preços reduzidos aparecem como as principais armas do comércio: 42,7% pretendem investir em promoções, enquanto 27,5% vão reduzir os preços diretamente. O parcelamento sem juros surge como alternativa para 19,1%, buscando facilitar a compra de quem ainda depende de planejamento para presentear.
Foto: Sérgio Vale
As imagens registradas pelo fotojornalista Sérgio Vale, do ac24horas, ajudam a traduzir esse cenário em cenas do cotidiano. Pelas vitrines e balcões, multiplicam-se kits de perfumes e cosméticos, brinquedos infantis, como motos e pelúcias, além de eletrônicos de pequeno porte, itens de informática, calçados e acessórios, opções tradicionais que combinam utilidade, afeto e preço mais acessível.
A vendedora Isis Lima, de uma loja de perfumaria no centro da cidade, conta que os kits já preparados para venda são os mais procurados. “As pessoas costumam nos pedir mais praticidade. Como temos esses kits sempre prontos para presentes, eles saem bastante, sendo os principais itens que têm vendido”.
Já Cláudio Rodrigues, que comercializa roupas masculinas, femininas e infantis, afirma que as cores têm predominado o que vende ou não. “As cores vermelho, branco, amarelo, verde, são sempre as mais pedidas nas roupas no fim de ano. Nesse ano não tem sido diferente”.
Foto: Sérgio Vale
O movimento se confirma nos números. Segundo a pesquisa, 49,5% dos comerciantes estimam que o valor médio gasto por cliente ficará em até R$ 100, indicando um Natal marcado por lembranças simples, mas simbólicas. Outros 31,2% projetam tíquete médio entre R$ 100 e R$ 200, especialmente para roupas, calçados, perfumes e itens de uso diário.
Apesar do clima de expectativa, os empresários reconhecem os desafios. O endividamento da população é apontado como a principal ameaça às vendas por 30,1% dos entrevistados, seguido pelo desemprego (22,1%) e pela insegurança econômica do país (14,7%). A inflação também preocupa 12,5% do setor, influenciando diretamente o poder de compra das famílias.
Foto: Sérgio Vale
Na hora de fechar negócio, a preferência do comércio é clara: 49,5% dos lojistas defendem o pagamento à vista, enquanto 46,8% afirmam que avaliam propostas dos clientes, adaptando as condições conforme a negociação. Apenas 3,7% pretendem priorizar vendas parceladas.
O pico das compras, segundo o levantamento, deve ocorrer na semana que antecede o Natal, período citado por 33,9% dos empresários. Outros 24,8% acreditam que o movimento aumenta logo após o pagamento do 13º salário, reforçando a importância da renda extra para o consumo típico da data.
Foto: Sérgio Vale
Mesmo com a movimentação esperada nas lojas, o impacto no emprego temporário deve ser limitado. A maioria dos lojistas (64,8%) afirma que não pretende contratar funcionários extras, enquanto 29,6% admitem reforçar o quadro apenas para atender à demanda do período natalino.
Fotos de Sérgio Vale: