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Premiando o anonimato

Foto: Sérgio Vale
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A primeira vista pode soar bonitinho e engraçadinho (tudo assim, no diminuitivo mesmo, coisa quase inofensiva) a homenagem do nobre deputado Edvaldo Magalhães ao perfil do Instagram “Arenga do Acre”. Que mal, há nisso, dirá o inocente leitor talvez imaginando que se trata apenas de mais uma ‘cisma’ injustificada do autor que assina essas linhas. Talvez até inveja! – dirá alguém que se apressa em defender a liberdade de expressão.


No entanto, me inclua dentro dessa! Eu também sou fervoroso defensor do direito de expressão. Mas… para haver direito, tem que haver responsabilidade. E é aí que o sapato aperta.

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Que mal tem reconhecer uma página que arranca algumas risadas aqui e ali daqueles que acompanham o cotidiano político? Nenhum! Num mundo chato, cinza e birrento, iniciativas que quebram a agressividade do mundo político devem ser bem-vindas e até estimuladas. Mas não é esse o ponto central desse texto.


O que se deveria discutir, é que na mesma solenidade da Assembleia Legislativa outras dezenas de pessoas e instituições, – 44 pra ser mais exato – também receberam reconhecimento. Entre os homenageados, figuras como da vice-governadora, de empresários locais, alguns profissionais liberais e representantes de entidades de classe. E todos, mesmo aqueles que representavam CNPJs compareceram com seus CPFs. Menos os ‘meninos do Arenga do Acre’. Por que o anonimato?


Como, por motivos de força maior, os “meninos do Arenga” não puderam comparecer ao evento, qual o CEP para o qual Assembleia defe enviar o diploma ?


Quando se homenageia o AC24Horas, é Roberto Vaz quem comparece. Quando se reconhece o trabalho do Notícias da Hora, é Rai Melo quem coloca a cara. Pelo Papo Informal, o Luciano Tavares iria na cerimônia solene, ainda que trajando uma surrada bermuda. Quando se trata de Contilnet, é imediata a ligação com Wania Pinheiro. Por qual razão, o(s) proprietário(s) do Arenga do Acre não se apresentam? Novamente: por que o anonimato?


O leitor não é bobo. Sabe que as eleições se aproximam. É consenso entre juízes, advogados e outras autoridades que uma das maiores dificuldades será identificar a origem dos ataques de milícias digitais. Provar que internet não é terra sem lei.


Nesse sentido, qual é o exemplo que o nobre deputado Edvaldo Magalhães está oferecendo para a sociedade ao premiar uma página apócrifa? E se amanhã ou depois, os ‘meninos’ do Arenga do Acre precisarem ser questionados pela Justiça a respeito de um conteúdo. A quem recorrer?


“Ah, mas a página não se envolve em questões eleitorais e é isenta na sua linha editorial.” Então, dica de conteúdo para o Arenga do Acre: revelar quem é o responsável pelo perfil das redes sociais. É interesse público, afinal, o Arenga do Acre acabou de receber um título cujos custos de indicação, realização do evento, exposição e impressão dos diplomas foram bancados por dinheiro público. Se são tão atentos às questões do erário público, poderiam dar essa contribuição.


Em seu belíssimo discurso, entre sorrisos e gracejos, Edvaldo brindou-nos com a seguinte sapiência: “A política deve ser feita com muita seriedade, mas não precisa ser sizuda. A denúncia tem que ser feita com afinco. Mas também não precisa ser sizuda”. Dito isso, cabe a pergunta: e responsabilidade jurídica, nobre deputado Edvaldo Magalhães, não precisa não?


Luiz Calixto
Secretário de Governo


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