O voto do ministro do STF, Gilmar Mendes, proferido ontem (20), anulando a Operação Ptolomeu, mexe profundamente no quadro da disputa do Senado, na eleição do próximo ano. Com o governador Gladson Cameli liberado para ser candidato a senador; uma das duas vagas para o Senado, praticamente ficará com ele. Isso significa que teremos apenas uma vaga sendo brigada entre os candidatos Sérgio Petecão (PSD), Jorge Viana (PT), Márcio Bittar (PL), Mara Rocha (Republicanos) e Eduardo Veloso (UB), uma disputa sem um favorito, com a vaga sendo decidida ao longo da campanha. Será uma eleição acirrada, levando-se em conta que os postulantes à vaga em aberto, são profissionais da política e já passaram pela prova das urnas. Não é demais se dizer que a briga pela segunda vaga do Senado será a mãe de todas as batalhas em 2026.
FATO INTERESSANTE
Todos os candidatos que melhor pontuaram até aqui nas pesquisas vêm do mesmo nicho do poder. O senador Alan Rick (Republicanos), até outro dia, tinha cargos e familiares no governo; o prefeito Tião Bocalom (PL) se elegeu com o apoio do governo; e Mailza Assis (PP) está no governo. Então, ficará incoerente durante a campanha atirarem pedras no governo do Cameli. São bananas do mesmo cacho. E farinha do mesmo tacho.
VOZ ISOLADA
O único candidato ao governo que poderá criticar com moral a gestão do Gladson na campanha, é Thor Dantas (PSB); porque disputará a eleição pelo campo da oposição, numa aliança com o PT. É da oposição autêntica.
FOI O PONTO DE VIRADA
Durante a Operação Ptolomeu, o governador Gladson Cameli vinha perdendo todos os recursos no STJ; a partir da recente contratação do advogado Eduardo Cardoso – ex-ministro da Justiça no governo Dilma- os ventos lhe sopraram favoráveis, redundando no voto do ministro do STF, Gilmar Mendes, que soterrou o processo e o deixou livre para disputar o Senado no próximo ano. Em Brasília, as boas relações valem muito em todas as áreas, inclusive, na jurídica. Acabou o suplício do Cameli.
OBSERVAÇÃO PERTINENTE
Na festa de encerramento dos trabalhos na Assembléia Legislativa, foi notada a ausência da vice-governadora Mailza Assis; mas seu adversário na disputa do governo, prefeito Tião Bocalom, esteve presente com direito a fotos. Na política, quem não aparece, desaparece.
MAIS DO QUE NUNCA
Com apenas uma vaga na disputa do Senado – uma deve ficar com o governador Gladson Cameli – agora mais do que nunca o ex-governador Jorge Viana tem que se fazer mais presente no estado, por que vai enfrentar uma batalha duríssima.
QUEM ATIRA PEDRA……
Quem atira pedra na lua, uma acaba lhe caindo na cabeça, diz o tradicional ditado. O deputado federal e Pastor evangélico Sostene Cavalcante (PL), que passou o mandato com ataques para desmoralizar o STF, agora foi pegado na malha fina pela PF, que descobriu que os valores das emendas parlamentares suas e de outro extremista de direita, deputado federal Carlos Jordy (PL), foram utilizadas para cobrir “despesas inexistentes e iregulares”. E na casa do Sostene, ainda foi encontrada a quantia em dinheiro de 430 mil reais. Quando você vê um político posando de moralista, é tudo jogo de cena. A operação da PF foi autorizada pelo ministro do STF, Flávio Dino.
BRINCANDO COM FOGO
Um político que teve a sua empresa de prestação de serviços médicos através de emendas parlamentares brecada na justiça para investigação; já montou outra empresa e está atuando pelas bandas de Tarauacá.
SUMIU NO ESPAÇO
A vereadora Elzinha Mendonça (PP), que fez um primeiro mandato brilhante na Câmara Municipal de Rio Branco, atuante na fiscalização dos atos do prefeito Bocalom, sumiu no espaço. Faz hoje um mandato opaco, pífio. De forma estranha, mudou do bom vinho para a água de torneira. Uma pena.
FOCANDO NA CHAPA
O deputado Afonso Fernandes (Solidariedade) vai focar seu trabalho no recesso parlamentar, em solidificar as chapas para deputado federal e deputado estadual do partido. Afonso é expert em montar chapas, com várias eleições na costa
MAIS IMPORTANTE
É importante o TCE iniciar a partir de 2026 uma cruzada na fiscalização das emendas parlamentares dos vereadores e deputados estaduais, mas ainda mais importante é que torne público o resultado de cada investigação, como fez agora o STF com as emendas parlamentares do palmatória do mundo da direita extremada, deputado federal Sostene Cavalcante (PL). Investigar e deixar entre quatro paredes, melhor não investigar, viu presidente Dulce Benício?
GRANDE COMANDANTE
Depois de se safar do processo que respondia no STJ, o governador Gladson Cameli passa a ser o grande comandante da campanha da vice-governadora Mailza Assis (PP) ao governo, que será colada à sua candidatura ao Senado. Resta saber quem será o outro candidato ao Senado da chapa, já que o senador Márcio Bittar (PL) estará no palanque do prefeito Tião Bocalom.
NÃO QUER COMPANHIA
Falando no senador Márcio Bittar (PL), este decidiu que o seu partido sairá apenas com ele como candidato ao Senado. Politicamente, ele está certo em não pulverizar votos no partido.
POSSIBILIDADE ZERO
Perguntei ontem a fontes importantes ligadas aos prefeito Bocalom, se procedia o comentário que a sua esposa Kelen poderia ser vice na chapa do senador Alan Rick (Republicanos) ao governo, e as respostas foram curtas e grossas: “Possibilidade, zero”. O Boca não quer saber de disputar o Senado ou ser vice, sua meta é brigar pelo governo.
BOCA SE POSICIONA
O prefeito Tião Bocalom, também, se posicionou no BLOG, sobre a hipótese da sua mulher Kelen ser a vice na chapa do senador Alan Rick (Republicanos): “Jamais! Isso é coisa do pessoal que quer retirar a idéia da minha candidatura ao governo”.
NÃO TINHA FORÇA
Na política, só se promete o que se pode cumprir. Teve um deputado que prometeu aumentar em 0,25% o repasse para o Judiciário, mas esqueceu de conversar com o dono do cofre. Desagradou o governo e o Judiciário. Ainda porque, se a proposta fosse aceita, os demais poderes; e também, TCE, MP e Defensoria Pública, iriam querer aumentar seu pirão. Dinheiro não nasce em árvore. E, promessa só se faz quando pode ser cumprida.
FRASE MARCANTE
“Se alguém precisa de religião para ser bom, a pessoa não é boa, é um cão adestrado” Chagdud Tulku.