O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que ainda considera a possibilidade de guerra com a Venezuela, segundo entrevista concedida à NBC News e publicada pelo veículo nesta sexta-feira (19).
“Não descarto essa possibilidade, não”, declarou ele à NBC News em entrevista por telefone.
Trump também afirmou que haverá novas apreensões de petroleiros perto das águas venezuelanas, segundo a entrevista. Os EUA apreenderam um petroleiro sujeito a sanções na costa da Venezuela na semana passada.
“Se eles forem tolos o suficiente para continuar navegando, vão acabar voltando para um dos nossos portos”, continuou ele à NBC News.
Na terça-feira (16), Trump ordenou um “bloqueio” de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, na mais recente medida de Washington para aumentar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro, visando sua principal fonte de renda.
Em resposta, o governo venezuelano afirmou rejeitar a “ameaça grotesca” do presidente americano.
A campanha de pressão de Trump sobre Maduro inclui uma presença militar reforçada na região e mais de duas dezenas de ataques militares contra embarcações no Oceano Pacífico e no Mar do Caribe, perto da Venezuela, que mataram mais de cem pessoas.
Trump também já afirmou que ataques terrestres dos EUA contra o país sul-americano começarão em breve.
Durante a entrevista, o presidente se recusou a dizer se a remoção de Maduro era seu objetivo final, declarando à NBC News: “Ele sabe exatamente o que eu quero”.
“Ele sabe melhor do que ninguém”, acrescentou ele, referindo-se a Maduro. A reportagem não deu mais detalhes.
Maduro alegou que a ação dos Estados Unidos visa derrubá-lo e obter o controle dos recursos petrolíferos do país membro da OPEP, que são as maiores reservas de petróleo bruto do mundo.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência de notícias Reuters.
Os Estados Unidos enviaram aeronaves, veículos, milhares de soldados e um grupo de ataque de porta-aviões das Forças Armadas para o Caribe, sob a premissa de combate ao narcotráfico.
As operações incluem diversos ataques contra barcos tanto no Caribe quanto no Pacífico que supostamente estariam transportando drogas. Porém, foram levantados questionamentos sobre a legalidade dessas ações.
Além dos ataques contra embarcações, os EUA também pressionam o regime de Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, que é acusado pela Casa Branca de ter relação com o narcotráfico e o Cartel de Los Soles.
Segundo fontes consultadas pela CNN, o governo de Donald Trump está elaborando planos para “o dia seguinte” à deposição de Maduro, mas ainda não foi tomada uma decisão sobre um ataque direto ao país.
Trump conversou por telefone com Maduro no final de novembro, poucos dias antes de os EUA o classificarem como integrante de uma organização terrorista estrangeira. O venezuelano teria recebido um ultimato para deixar o poder e o país, mas o descumpriu.
Em outra ação que aumentou a tensão entre os dois países, os Estados Unidos apreenderam um petroleiro próximo à Venezuela, medida classificada de “roubo descarado” e “um ato de pirataria internacional” pelo regime de Maduro.
Posteriormente, Trump anunciou um “bloqueio total” contra os petroleiros sancionados da Venezuela e disse que não deixará “ninguém passar sem o devido direito”.