Narciso em 30 Linhas

Só Deus

Por
Narciso Mendes

Para nós, cristãos, só Deus é capaz de fazer o que verdadeiramente chamamos de justiça.


A justiça que buscamos, muito dificilmente será alcançada, até porque, dada a nossa multiplicidade de crenças, de opções políticas e de individualidades e como estas qualificações resultam de um conjunto de características que tornam cada pessoa única e distinta, enquanto a nossa primeira instância e as demais instâncias do nosso poder judiciário estiverem sendo ocupada por juízes, recorrentemente acusados de parciais, jamais alcançaremos a justiça desejável e verdadeiramente justa.


Mas como no nosso ambiente político, e num crescendo, a nossa justiça cada vez mais vem se distanciando dos seus reais objetivos e vem sendo recorrentemente acusada, cada vez mais nos distanciamos, até mesmo, da nossa própria convivência social.


Quem vem acompanhando, e com a devida atenção, o comportamento dos nossos três poderes, e por sê-los únicos, conforme determina a nossa própria constituição, nada poderia ser mais preocupante, afinal de contas, suas abundantes desarmonias e suas excessivas independências estão nos empurrando para o caos.


A despeito das nossas históricas singularidades, muitas delas simplesmente inaceitáveis, presentemente, nos encontramos mergulhados no período mais preocupante da nossa história, e isto porque, se alguns integrantes do STF-Supremo Tribunal Federal, de árbitros estão sendo alvos de gravíssimas acusações, até mesmo a nossa própria democracia encontra-se seriamente ameaçada.


Se quem pega o caminho errado quando mais apressado caminhar mais errado vai ficando, e como os nossos representantes políticos, propositadamente, até buscam os seus atalhos, conquanto os mesmos lhes convenham, decerto uma coisa: o pior ainda estará por vir.


Ainda que muito tardiamente, urge que lancemos na lixeira da nossa história o radicalismo político que ora vivenciamos e que o mesmo venha se prestar como um exemplo a não ser seguido, até porque, maldito é o país que precisa de heróis.


Se bem interpretada e devidamente avaliada, a polarização Lula/Bolsonaro, muito mais pelos males que já nos proporcionaram que pelos bens, precisa chegar ao fim, até porque, e por mais paradoxal que possam parecer ambas se retroalimentam: o lulismo do anti-bolsonarismo e bolsonarismo do anti-lulismo.


Pior ainda: no nosso avantajado número de leis, já que somos um dos países mais legislados do mundo, ainda assim, muitas delas só têm prejudicado os nossos sistemas: o político e o jurídico.


Bem disse Montesquieu: as leis inúteis debilitam as leis necessárias.


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Narciso Mendes