Acre 02

Boletim aponta crescimento de SRAG no Acre, enquanto Brasil indica tendência de queda

Por
Saimo Martins

O boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (18) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela um cenário de atenção para o Acre no monitoramento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Enquanto o Brasil apresenta sinal de queda na tendência de longo prazo e estabilidade no curto prazo, o estado acreano figura entre as unidades da federação com aumento consistente de casos e nível de atividade considerado de alerta a alto risco.


De acordo com a análise da Semana Epidemiológica 50, o Acre está entre os seis estados do país que apresentam incidência de SRAG ao nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Além do Acre, integram esse grupo Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Pará e Tocantins.


No recorte regional, o boletim destaca que o aumento dos casos nos estados do Norte – especialmente Acre, Amazonas, Pará e Tocantins – ocorre principalmente entre a população adulta e idosa e tem sido impulsionado pela circulação do vírus Influenza A. Esse comportamento contrasta com a média nacional, onde os indicadores apontam redução gradual dos casos de SRAG em praticamente todas as faixas etárias.


Outro ponto de destaque é a situação da capital acreana. Rio Branco aparece entre as cinco capitais brasileiras com nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco e com tendência de crescimento nas últimas seis semanas. Na capital, o aumento se concentra sobretudo na população adulta, acompanhando o padrão observado em outras capitais do Norte, como Manaus (AM) e Palmas (TO).


Em comparação, estados do Norte como Roraima apresentam níveis elevados de SRAG, porém sem sinal de crescimento sustentado, enquanto outros estados do país mantêm incidência moderada ou baixa, muitas vezes associada a casos em crianças e adolescentes, com predominância de rinovírus. Já no cenário nacional, a Fiocruz reforça que há um sinal de queda na tendência de longo prazo dos casos de SRAG e de estabilização no curto prazo, indicando um quadro mais controlado em relação ao observado no Acre.


O boletim ressalta ainda que, nas últimas quatro semanas, a Influenza A responde por uma parcela significativa dos casos positivos de SRAG no país, mas seu impacto tem sido mais expressivo justamente em estados do Norte, como o Acre, onde o crescimento recente preocupa as autoridades de saúde. A Fiocruz recomenda que os dados sejam analisados em conjunto com outros indicadores, como a ocupação de leitos hospitalares, para subsidiar ações de vigilância e resposta em nível local.


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Saimo Martins