Roraima registra o maior índice de informalidade entre trabalhadores da cultura no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 76,9% atuam sem vínculo formal, o percentual mais alto do país e um retrato da precarização no setor cultural do estado.
O dado contrasta com o crescimento nacional da área: em 2024, a cultura empregou 5,9 milhões de pessoas, o maior número já registrado. Esse avanço, porém, não foi acompanhado pela formalização, especialmente nos estados do Norte.
Além de Roraima, Pará (74,1%) e Tocantins (71,5%) também apresentam elevados índices de informalidade, com mais de sete em cada dez trabalhadores sem carteira assinada, CNPJ ou proteção previdenciária. No extremo oposto estão Santa Catarina (30,0%), Rio Grande do Sul (32,6%) e Paraná (33,2%).
Especialistas atribuem o cenário ao predomínio do trabalho por conta própria, à sazonalidade das atividades culturais e à dificuldade de acesso a políticas públicas contínuas. Em Roraima, a informalidade amplia a instabilidade de renda, a ausência de direitos trabalhistas e as desigualdades regionais.
Os números reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à formalização, ao fortalecimento da economia criativa e à valorização dos profissionais da cultura, sobretudo no Norte do país.