Acre

Técnicos da Ufac paralisam atividades e cobram cumprimento de acordo

Por
Whidy Melo

Cerca de 600 técnicos-administrativos da Universidade Federal do Acre (Ufac) paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (16). A mobilização ocorre simultaneamente nos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul e faz parte de uma agenda nacional da categoria.


​Os servidores concentraram-se na entrada do campus da capital para cobrar o cumprimento integral dos acordos firmados após a greve de 2024, que durou mais de 100 dias. Segundo o sindicato local (Sintest-AC), o ponto central do protesto é a tramitação do Projeto de Lei 6170, especificamente no que tange ao Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC).


​Impasse com o Governo Federal

​De acordo com Mirza da Costa Lopes, Secretária Geral do Sintest para o biênio 2025-2026, o governo federal desconsiderou o texto elaborado pela Comissão Nacional de Supervisão da Carreira e apresentou uma proposta própria, considerada prejudicial pelos trabalhadores.


​”O nosso maior gargalo do momento é o RSC. O governo desconsiderou o texto da comissão e colocou seu próprio texto, onde, basicamente, o trabalhador não vai conseguir alcançar o benefício”, afirmou a representante sindical.


​O RSC é um mecanismo de incentivo à qualificação que permitiria, por exemplo, que um servidor com título de Mestre recebesse um percentual salarial equivalente ao de Doutor, desde que cumpridos certos requisitos. No entanto, Lopes alerta que os novos critérios impostos pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) restringem severamente o acesso. “Com o novo documento, apenas 70% da carreira conseguiria o benefício”, explicou Mirza.


​Pauta Nacional

​A paralisação ocorre no mesmo momento em que representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Público do Brasil (Fasubra) se reúnem com o MGI em Brasília.

Além do RSC, a mobilização defende a implementação da jornada de trabalho de 30 horas semanais, pauta histórica da categoria que também está inserida no bojo do PL 6170. A liderança sindical reforçou que, embora existam demandas locais na Ufac, o ato desta terça-feira é estritamente focado na defesa da carreira em âmbito nacional.


Compartilhe
Por
Whidy Melo