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Bocalom diz que “ideal” é que grupo político não se desfaça, mas hesita sobre obrigação de apoiar Mailza

Por
Whidy Melo

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), afirmou que o cenário considerado “ideal” para as próximas eleições é a manutenção da unidade do grupo político da direita no Acre, mas demonstrou cautela ao falar sobre uma possível obrigação de apoiar a vice-governadora Mailza Assis. As declarações foram dadas durante entrevista ao programa Bar do Vaz, exibido ao vivo nesta terça-feira (16) pelo ac24horas.com e pelas redes sociais do jornal.


Ao tratar do ambiente eleitoral, Bocalom deixou claro que a união é desejável, mas não pode ser imposta. “O ideal é que o grupo não se desfaça”, afirmou, ponderando em seguida que o processo eleitoral é, por natureza, competitivo. “Eleição é eleição. Quem tem medo, não entra”, disse, ao reconhecer que diferentes projetos e candidaturas podem surgir dentro do mesmo campo político.


Questionado diretamente se teria a obrigação de apoiar Mailza Assis, o prefeito respondeu de forma direta e buscou contextualizar a relação política entre os dois. “Eu tenho ao mesmo tempo que ela também tem”, afirmou, antes de relembrar episódios da campanha de 2008, em Senador Guiomard, quando atuou de maneira decisiva na articulação política que levou James, então marido de Mailza, à prefeitura do município.


Segundo Bocalom, o envolvimento foi intenso. “Eu fui chamado na casa dela e do James: ‘Bocalom, transfere o teu título aqui para Senador Guiomard, porque eu vou ser teu vice, você ganha a eleição’”, relatou. Ele contou que recusou a mudança de domicílio eleitoral, mas decidiu apoiar o projeto local. “‘Eu vou ser candidato da capital e você é o candidato aqui’. Ele disse: ‘Ah, mas eu não ganho a eleição’. E eu respondi: ‘Ganha, eu vou pegar o PSDB’”, afirmou.


Foto: Sérgio Vale/ac24horas

O prefeito detalhou ainda a articulação partidária e o esforço pessoal durante a campanha. “Tirei o partido da mão de um vereador, botei na mão do James e ajudei ele a montar o partido lá em Senador Guiomard”, disse. De acordo com Bocalom, o apoio foi além da estratégia política. “Eu deixei aqui três ou quatro vezes a minha eleição na capital e passava o dia inteiro com ele lá e de noite ia para o comício dele”, acrescentou.


Ele também mencionou a divisão de recursos de campanha. “Brasília me arrumou um dinheirinho para fazer a minha campanha na capital. Sabe o que eu fiz? Dividi metade para mim e metade mandei para o interior, para ele”, relatou. O resultado, segundo Bocalom, foi a vitória em Senador Guiomard e sua própria derrota em Rio Branco naquele pleito. “O James ganhou a eleição e eu perdi aqui, mas ele ganhou lá e fez um belo trabalho”, afirmou.


Apesar de ressaltar esse histórico, o prefeito evitou transformar a relação em um compromisso automático no atual cenário. “Eu tenho um carinho muito grande pela Mailza, todo mundo sabe disso”, disse, ressaltando, porém, que o contexto mudou. “Ela hoje é vice-governadora, e política é dinâmica”, completou.


Durante a entrevista, Bocalom também falou sobre os desafios de comandar a capital acreana. Em seu quinto mandato como prefeito, afirmou sentir “orgulho e satisfação” pelo cargo, mas reconheceu o peso da responsabilidade. “Não é fácil. Muitas vezes a gente perde o sono”, confessou. Segundo ele, a cobrança sobre o prefeito é permanente. “Tudo se cobra do prefeito, até coisa que é obrigação do Estado ou da União. Mas eu me acostumei”, declarou.


Foto: Sérgio Vale/ac24horas

O contato direto com a população, segundo Bocalom, é o que mantém sua motivação na vida pública. “É isso que dá combustível para continuar”, afirmou, ao citar ações na área da educação, como a entrega de uniformes e tablets a alunos da rede municipal. “Ver a alegria das crianças e dos pais não tem dinheiro que pague”, reforçou.


O prefeito também destacou obras urbanas recentes como parte da mudança na imagem da cidade. “A cidade nunca teve cara de capital, agora está tendo”, disse, ao mencionar a revitalização de praças, a instalação de fontes interativas e estruturas decorativas que passaram a atrair famílias para áreas centrais de Rio Branco.


Por fim, Bocalom citou o resultado das urnas como indicativo de aprovação popular. “Ganhar no primeiro turno, com quase 55% dos votos, mostra que as pessoas estão satisfeitas”, afirmou. Em seguida, ponderou: “Claro que nem tudo dá para resolver de uma vez, mas a população entende isso”.


Assista à entrevista completa:


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Whidy Melo