Candidatos aprovados em concurso público do Governo do Estado do Acre denunciam, por meio de uma carta aberta, uma situação que classificam como precária e humilhante no processo de entrega dos exames médicos admissionais, exigidos para a posse. O atendimento ocorre na Junta Médica do Estado, em Rio Branco.
De acordo com o relato, a convocação para apresentação dos exames foi publicada na sexta-feira, dia 5. No entanto, a lista detalhada dos exames exigidos só foi divulgada na segunda-feira, dia 8, e complementada somente na tarde de terça-feira, dia 9, com a inclusão de exames considerados essenciais, como hemograma completo e glicemia em jejum. Com isso, o prazo efetivo para a maioria dos candidatos teria começado apenas na quarta-feira, dia 10, restando poucos dias até a data-limite de entrega, marcada para o dia 18.
Segundo os candidatos, o curto prazo aliado à capacidade limitada de atendimento, restrita a 60 senhas por dia útil, tem provocado longas filas e obrigado dezenas de pessoas a passarem a noite e a madrugada em frente à Junta Médica para tentar garantir atendimento.
Na última quarta-feira, conforme o documento, as senhas teriam se esgotado por volta das 3h37 da madrugada, deixando centenas de pessoas sem atendimento. Já no domingo, dia 14, candidatos relataram que a fila começou ainda pela manhã, por volta das 10h58, com pessoas aguardando ao ar livre, expostas ao sol e à chuva, por um atendimento que só ocorreria nos dias úteis seguintes.
Os aprovados alertam que, diante do número de convocados e da limitação diária de atendimentos, é “matematicamente impossível” que todos consigam cumprir a exigência dentro do prazo estabelecido, o que pode resultar na exclusão de candidatos que já superaram todas as demais etapas do concurso.
No apelo encaminhado à imprensa, os candidatos solicitam a intervenção imediata das autoridades estaduais, como a Secretaria de Saúde, a área de Administração do Estado e a própria Junta Médica. Entre as principais reivindicações estão a prorrogação do prazo para entrega dos exames, o aumento da capacidade diária de atendimento ou a abertura de novos postos, além da implantação urgente de um sistema de agendamento, seja online ou telefônico, para evitar filas presenciais durante a madrugada.
“A situação coloca em risco a segurança, a saúde e a dignidade dos futuros servidores públicos”, destaca o documento, assinado por Rosiane Peron, que pede o apoio da imprensa local para dar visibilidade ao problema e pressionar por uma solução rápida e justa.
O ac24horas procurou a assessoria da Secretaria de Estado de Educação do Acre, que informou que junta médica é gerida pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre, e a dilação de prazo pela Secretaria de Estado de Administração do Acre. Considerando a necessidade de acionamento diverso, a assessoria disse que está trabalhando em reunir informações e uma nota será divulgada nas próximas horas.