Narciso em 30 Linhas

Um crime legalizado

Por
Narciso Mendes

Mais de R$-50,00 bilhões, anualmente, via emendas parlamentares a nossa corrupção vêm sendo alimentada.


Parte considerável das emendas parlamentares que os nossos congressistas introduzem o nosso orçamento federal, alimentam a nossa corrupção, ou mais precisamente, a nossa roubalheira, em especial, o nosso mercado eleitoral. A provar que sim, entre os nossos 5.560 prefeitos, a grande maioria deles já está comprometida a apoiar os congressistas que os compraram e tendo-as como moeda de troca.


As tais emendas jamais poderiam existir, até porque, é da competência exclusiva do presidente da nossa República, dos nossos governadores e dos nossos prefeitos elaborarem os seus respectivos orçamentos e em contrapartida dos seus correspondentes poderes legislativos: senado, câmara dos deputados, assembleias legislativas e câmaras de vereadores, aprovarem e fiscalizarem as suas execuções.


Em nenhum país do mundo, reportando-me aos minimamente responsáveis e democráticos, os seus parlamentares participam das elaborações dos seus orçamentos públicos.


No corrente ano de 2025, enquanto o governo federal terá que cortar na sua própria carne, cerca de R$-30,00 bilhões do seu próprio orçamento, do contrário, não cumprirão com o nosso equilíbrio fiscal, os nossos congressistas dispõem de, no mínimo, R$-50,00 bilhões.


Desde o surgimento das tais emendas que os nossos governantes, em particular, que o nosso próprio presidente só consegue aprovar os seus projetos se liberar as emendas dos seus correspondentes parlamentares. Esta chantagem já chegou as nossas Assembleias Legislativas e a as nossas diversas Câmaras de Vereadores.


Se ao tempo do governo Jair Bolsonaro a maioria dos parlamentares lulistas se rendiam as liberações de suas emendas e, presentemente, os bolsonaristas fazem a mesmíssima coisa, certamente, o presidente que vier se eleger nas eleições de 2026 seja o Presidente Lula ou o atual governador de São o Paulo, Tarcísio de Freitas, se deparará com esse desafio, já que a regra desse jogo será: “é dando que se recebe”


Não todos, mas a grande maioria dos nossos parlamentares só define e expressam os seus votos, quando das liberações de suas emendas parlamentares, afinal de contas, são através delas que eles imaginam que assegurarão as suas reeleições.


O combate a nossa corrupção passa pelo fim das emendas parlamentares, até porque, enquanto as mesmas se mantiverem, não serão os bons e sim os maus exemplos, a despeito de suas imoralidades, ainda que incrivelmente legalizadas que continuarão prevalecendo.


Que leiam ”O Bom Ladrão” o melhor sermão do Padre Antônio Vieira.


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Narciso Mendes