Foto: Whisley Ramalho
A edição desta sexta-feira, 12, do programa Boa Conversa, apresentado por Marcos Vinícius e com a participação dos colunistas Astério Moreira e Luiz Carlos Moreira Jorge, discutiu um dos temas mais comentados da cena política acreana: o encontro entre o governador Gladson Cameli (PP) e o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, para tratar da possibilidade de uma aliança entre o partido e o governo.
Durante o debate, Luiz Carlos Moreira Jorge afirmou que a articulação entre o MDB e a pré-candidata Mailza está avançando. Segundo ele, o movimento de Cameli em procurar Baleia Rossi sinaliza uma mudança importante no cenário interno do partido.
“Pois é, o MDB… a ida do Gladson até o Baleia Rossi é muito emblemática. O que o grupo rebelde do MDB argumentava? Que não adiantava fazer acordo com a Mailza porque, por trás, o Gladson iria desfazer. Com essa conversa política, e depois de eu falar com o Wagner, presidente do MDB, ele abriu as portas para uma aliança. Ele não está gostando do Republicanos. Então, praticamente, a aliança do MDB com a Mailza está bem encaminhada. É questão de sentar e ver como vai ser o espaço da chapa majoritária”, destacou o colunista.
Foto: Whisley Ramalho
Durante a edição desta sexta-feira do programa Boa Conversa, os colunistas analisaram o cenário político acreano e a pré-candidatura de Mailza, destacando que a eleição de 2026 representará seu primeiro teste direto nas urnas.
Clica observou que Mailza ainda não passou por um processo eleitoral próprio. “Ela foi suplente de senadora do Gladson e, depois, vice-governadora. Pode chegar ao governo sem nunca ter recebido um voto. Agora, isso não quer dizer nada, porque todo mundo tem o seu começo. O Marcus Alexandre chegou aqui sem ser nada, um peão de obra, e construiu seu caminho”, afirmou.
O comentarista destacou que, além do nome, é essencial analisar os fatores que sustentam uma candidatura. “Quando se fala muito em uma candidatura, a gente tem que ver o que está por trás dela: quem apoia, qual é a força desse apoio, o que se terá na campanha, quantos candidatos estarão na chapa, se são nomes com densidade ou não. A maioria terá uma estrutura grande, e essa será, de fato, a primeira batalha real da Mailza nas urnas. Até agora, ela nunca foi votada. Será um grande teste.”
Astério Moreira complementou, lembrando que cada eleição tem uma dinâmica própria. “É um jogo que só começa na campanha eleitoral. Estamos acostumados a ver no Acre candidaturas que surgem com posições diferentes nas pesquisas, depois crescem, se invertem, se estabilizam, se cristalizam. Neste momento, não dá para prever o resultado”, explicou.
O colunista acrescentou que a disputa tende a ser acirrada. “O que se sabe é que Alain Rick, Bocalom e Mailza serão candidatos muito competitivos. Há também a expectativa em torno da esquerda e da influência do voto lulista, que sempre pesa no cenário local”, concluiu.
Foto: Whisley Ramalho
O apresentador Marcos Vinícius destacou que acredita na importância das pesquisas eleitorais, mas reforçou que elas refletem apenas um recorte específico do cenário político. “É muito relativo. A gente acredita em pesquisa, pelo menos eu acredito. Só que ela retrata o momento, o agora”, afirmou.
Ele lembrou situações recentes em que os levantamentos registraram mudanças significativas na reta final de campanhas eleitorais. “Quando fizemos a transmissão das eleições municipais de 2024, vimos que, faltando um mês para a eleição, o Bocalom ultrapassa o Marcus. Já estávamos no período de campanha. Isso ficou nítido nos gráficos apresentados. Cada eleição é diferente”, completou.
Luiz Carlos avaliou que considera muito difícil uma aliança entre o prefeito Tião Bocalom e a vice-governadora Mailza Assis para a disputa ao governo no próximo ano. “Em política ninguém fala zero, mas eu digo que é quase zero. A Mailza não vai recuar agora. Ela está sentada na cadeira de governadora, com a máquina na mão e a caneta que nomeia e demite. Já o Bocalom, se colocou na cabeça que será candidato, não há quem o tire. Ele não vai abrir espaço para outra pessoa. É muito difícil, muito, muito complicado”, afirmou.
Astério Moreira comentou, durante o programa Boa Conversa, as movimentações internas do Partido Liberal (PL) para as eleições do próximo ano. Segundo ele, há diferentes posições dentro da sigla sobre qual caminho adotar. “Eu ouvi de uma pessoa do PL que, em tese, o melhor para o partido seria apoiar Alain. Mas isso não significa que o PL vá estar com ele”, afirmou. Astério explicou que existem cálculos políticos envolvendo as eleições de 2030, que pesam nas decisões atuais. “Há quem defenda que, deixando Alain fora da disputa do ano que vem, seria possível, mais adiante, construir um acordo com Bocalom para que ele seja candidato ao Senado.”
O analista lembrou ainda que o cenário permanece indefinido. “Se houver um eventual segundo turno, como ficaria essa estratégia? O PL vem para o governo? O PL vai com o Alain? É uma incógnita”, avaliou
Durante a edição do Boa Conversa, os analistas Luiz Carlos Moreira Jorge e Astério Moreira comentaram a recente aprovação, pela Câmara Municipal de Rio Branco, do projeto de privatização dos mercados públicos. Para Luiz Carlos, o prefeito Tião Bocalom deveria reconsiderar a medida.
Segundo ele, a privatização pode impactar diretamente pequenos comerciantes que já trabalham com margens muito reduzidas. “Dentro do mercado há banquinhas de senhoras que vendem cheiro verde, pimenta-de-cheiro, couve. Elas não têm recursos para pagar aluguel caso seja privatizado. O mesmo vale para açougueiros, que têm margem muito pequena e não conseguem arcar com novos custos”, afirmou.
Luiz Carlos também alertou que, caso empresas de fora vençam as licitações, o cenário pode ser semelhante ao que ocorreu no Shopping Popular. “Quando uma empresa ganha uma licitação, ela visa lucro. Muitos feirantes não têm estrutura financeira para pagar aluguel, por isso houve tanta revolta no Shopping Popular”, pontuou.
Foto: Whisley Ramalho
Astério Moreira acrescentou que o vereador Kamai explicou que a intenção é buscar alternativas diante do tamanho e da complexidade da estrutura dos mercados, mas reconheceu que há incerteza sobre os impactos. “Ninguém sabe o que vai acontecer. Ele é contra, mas entende que há uma discussão sobre a necessidade de mudanças”, destacou.
Os comentaristas Luiz Carlos Moreira Jorge e Astério Moreira analisaram a discussão sobre a possibilidade de reajuste salarial para servidores públicos estaduais. Para Luiz Carlos, apesar da importância da valorização do funcionalismo, a medida precisa considerar o impacto direto na folha de pagamento. “Não adianta conceder o reajuste e, ao chegar no fim do mês, não ter dinheiro para pagar”, alertou o colunista, destacando a necessidade de cautela e planejamento fiscal.
Astério Moreira reforçou a preocupação ao recordar episódios históricos de atraso salarial no Acre. Segundo ele, a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe limites claros e não pode ser ultrapassada. “Existe quem queira conceder os aumentos, mas não pode agora. Se o governo oferece um reajuste acima das suas possibilidades, a primeira consequência é atrasar o salário do servidor”, afirmou.
O comentarista relembrou momentos críticos enfrentados pelo Estado. “Nós vimos isso acontecer entre 1994 e 1995, e depois novamente entre 2018 e 2019”, destacou Astério, classificando os episódios como “lamentáveis e tristes” para o serviço público acreano.
Marcos Vinícius fez novos apontamentos sobre a discussão em torno do possível aumento no valor das emendas parlamentares dos deputados estaduais. Segundo ele, o governo apresentou cálculos que estão sendo analisados tecnicamente antes de qualquer definição. “Só para dar R$ 150 mil de aumento… Os cálculos do governo, o que aconteceu? Conversei com o Tadeu Assen. O Tadeu recebeu os números para atestar se estão corretos. Ele, a assessoria dele e os deputados estão agora se debruçando sobre esses valores para saber se o aumento possível é realmente aquele”, afirmou.
Vinícius destacou que não há questionamento sobre a legalidade dos números, mas sim sobre o contexto político em que a decisão será tomada. “O julgamento do dia 17 deixa tudo incerto. A gente não sabe o que vai acontecer. Tem a situação da Mailza, que pode entrar no governo. Os deputados entendem que o governo está com uma vulnerabilidade muito alta”, observou.
Ele acrescentou que esse cenário pode estimular novas negociações dentro da Assembleia. “Vão barganhar? Sim. Eu ouvi isso da boca de gente pesada. Não estou falando de qualquer pessoa. Como pediram sigilo, eu garanto o sigilo da fonte, mas repasso a informação porque nada está classificado.”
O jornalista afirmou ainda que a próxima semana deve ser decisiva. “Até quarta-feira, ou até segunda, deve haver uma reunião. Muita coisa deve acontecer, muita pressão deve ter. Estou sentindo que esse aumento pode vir ‘pelo beiço’”, declarou.
O analista político Luiz Carlos comentou a discussão sobre o possível aumento nas emendas destinadas aos deputados estaduais e questionou se a medida traria benefícios reais para a população acreana. “As emendas são legais, mas elas vão trazer benefícios para o Acre? Não vão, rapaz”, afirmou. Segundo ele, parte dos recursos é utilizada de forma pouco eficiente. “Sabe como fazem? Pegam uma emenda, destinam a uma ONG ou a uma UAL qualquer, vão a um bairro, fazem um atendimento médico emergencial, arrancam um dente e pronto. Já foi a emenda. Só que aquilo não tem continuidade. É apenas para conseguir votos.”
Luiz Carlos também citou o deputado Edvaldo Magalhães durante a análise. “Aí o Edvaldo fez aquele floreio. Ele disse que a emenda chega no final, e ninguém está discutindo isso. Meu querido amigo, não estamos discutindo se a emenda vem ou não. Estamos discutindo que R$ 5 milhões para cada deputado, num estado pobre, onde o índice de pobreza é altíssimo e onde o Bolsa Família praticamente suplanta os empregos formais… é isso que estamos discutindo.”
Foto: Whisley Ramalho
Ele reforçou que a realidade social do Acre deveria ser considerada antes de ampliar o valor destinado aos parlamentares. “Tem pessoas passando fome na periferia. O deputado já ganha muito bem, rapaz. Se você der mais R$ 5 milhões, essa é a discussão. Não é sobre o que é legal ou ilegal.”
Durante análise sobre a inauguração da nova sede da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em Brasília, o comentarista político Luiz Carlos elogiou a gestão de Jorge Viana à frente da instituição. “Primeiro quero dizer que o Jorge está dando um show de administração na Apex. Era um órgão que, no governo Bolsonaro, funcionava como cabide de emprego, e agora se tornou um dos destaques do governo Lula. Acho que ele fecha esse ciclo com a inauguração da sede em Brasília. Depois disso, ele deve vir para cá, já para entrar na campanha”, avaliou Luiz Carlos.
Asterio Moreira também pontuou que Jorge Viana alcançou um novo patamar de visibilidade nacional. “Ele ganhou aquela expressão que sempre buscou, nacional e internacional. A Marina tem, e o Jorge também tem essa expressão, principalmente entre empresários. Ele abriu um leque. Não adianta negar: quando o Jorge Viana pega uma obra para fazer, ele faz bem feita. Ele é chato, é insistente, dorme tarde, acorda cedo. Isso ninguém pode negar”, afirmou.