Feirantes bloqueiam saída do Terminal Urbano contra privatização do Mercado Elias Mansour

Feirantes bloquearam a rua Benjamin Constant, no Centro de Rio Branco, na manhã desta quinta-feira (11), em protesto contra o projeto de lei encaminhado pela Prefeitura à Câmara Municipal que prevê a privatização da gestão do Mercado Municipal Elias Mansour. O ato foi transmitido ao vivo pelo ac24horas Play, que mostrou a via completamente interditada na altura do Terminal Urbano, obrigando ônibus e veículos a retornarem pelo mesmo trajeto.

De acordo com os trabalhadores, a categoria foi surpreendida ao descobrir que o projeto já havia dado entrada na Câmara e seguiria para análise nas comissões. A medida gerou indignação entre os permissionários, que atuam há mais de um ano em um espaço provisório enquanto o mercado passa por reformas.

A agricultora e feirante Maria da Penha de Araújo Barbosa, permissionária desde 1997, relatou que soube da possível terceirização ainda pela manhã, enquanto trabalhava. “Hoje de manhã a gente estava trabalhando aqui dentro do mercado, quando a gente se deparou com boatos que o nosso mercado ia passar por uma terceirizada. A gente procurou se informar melhor e comprovou que já estava sendo votado na Câmara”, contou.

Ela relatou o sentimento de insegurança e frustração com o processo. “Eu estou desde 1997 trabalhando aqui. Criei meus filhos dentro desse mercado. Há um ano e pouco tiraram a gente de lá sem dar satisfação e a gente perdeu muitos produtos nesse período. Quando me deparei com essa situação, me senti no chão”, disse. Maria também fez um apelo ao prefeito. “Eu jamais acreditaria que um prefeito que eu votei com tanto carinho ia fazer isso com nós produtores. Prefeito, por gentileza, pelo amor de Deus, não faça isso com nós. Nós precisamos trabalhar. Se nós for para uma terceirizada, todo mundo sabe que não é fácil.”

Segundo apuração do ac24horas, representantes da Prefeitura estão reunidos com três representantes da categoria enquanto o protesto ocorria na via. Os feirantes pedem que o projeto seja retirado de tramitação ou discutido com mais profundidade antes de qualquer decisão.

Na Câmara de Vereadores, o líder do prefeito, Márcio Mustafá (PSDB), defendeu a proposta e afirmou que a terceirização pode melhorar a manutenção e o funcionamento do mercado. “Quando a gente privatiza, há mais cuidado e menos erros. Quem ganha é a população e os permissionários, que terão locais organizados. O valor não será alto, será simbólico. Só quem tem a ganhar com isso é a população de Rio Branco”, declarou.

Os trabalhadores afirmam que permanecerão mobilizados até obterem uma resposta oficial do município sobre o futuro da gestão do Mercado Elias Mansour e sobre as condições de trabalho no novo espaço que está sendo construído.