Extra Total

Número de famílias no Acre que estão no Cadúnico diminui

Por
Saimo Martins

Dados da Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (SAGICAD), do Governo Federal, consultados nesta quarta-feira (9), mostram que o Acre vem registrando uma redução gradual no número de famílias em situação de pobreza inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais ao longo dos últimos anos, especialmente a partir de 2023.


Em março de 2023, o estado contabilizava 150.303 famílias dentro da faixa de elegibilidade do Programa Bolsa Família — critério que considera renda familiar per capita mensal de até R$ 218, valor vigente desde março daquele ano. Dois anos depois, em novembro de 2025, esse número caiu para 118.213 famílias, o que representa uma redução de 32.090 famílias, ou cerca de 21,3% no período.


A queda não foi linear. Entre maio e junho de 2023, por exemplo, o Acre registrou uma das maiores variações do período: de 150.889 famílias em maio, o total caiu para 134.450 em junho, uma redução de mais de 16 mil registros em apenas um mês. Ainda assim, mesmo com oscilações ao longo de 2023 e 2024, a tendência geral foi de retração. Em dezembro de 2024, o número já havia recuado para 121.896 famílias, mantendo-se relativamente estável ao longo de 2025, com leve tendência de queda mês a mês.


Ao longo da última década, o limite de renda per capita para ingresso no Bolsa Família foi sendo ajustado: até abril de 2014, o teto era de R$ 140; entre maio de 2014 e junho de 2016 passou para R$ 154; de julho de 2016 a maio de 2018 chegou a R$ 170; e, entre junho de 2018 e outubro de 2021, foi de R$ 178. Em novembro de 2021, o valor subiu para R$ 200; entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2023 foi de R$ 210; e, desde março de 2023, está fixado em R$ 218 por pessoa.


Paralelamente, o conceito de “baixa renda”, utilizado para fins do Cadastro Único, também foi sendo atualizado e hoje abrange famílias com renda per capita acima do limite do Bolsa Família e até meio salário mínimo, conforme o Decreto nº 11.016/2022. Já as famílias com renda superior a meio salário mínimo per capita passaram a ser classificadas fora do perfil de baixa renda. Esse limite também evoluiu ao longo do tempo, variando de R$ 311 em 2012 para R$ 706 a partir de janeiro de 2024.


Na capital acreana, Rio Branco, o cenário acompanha a tendência estadual. Com dados de novembro, a cidade aparece como a 22ª capital brasileira em número de famílias em situação de pobreza inscritas no Cadastro Único, somando 37.824 famílias. No ranking, a capital do Acre surge à frente de municípios como Cuiabá (MT), Boa Vista (RR), Palmas (TO), Vitória (ES) e Florianópolis (SC).


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Saimo Martins