A pesquisa TIC Domicílios 2025, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), identificou que 19% dos brasileiros que utilizam a internet fizeram algum tipo de aposta em cassinos online nos três meses anteriores ao levantamento. O percentual representa cerca de 30 milhões de pessoas, considerando que 85% da população nacional — aproximadamente 157 milhões de indivíduos — acessaram a internet no período.
Esta foi a primeira edição da pesquisa a incluir perguntas específicas sobre apostas digitais, como cassinos virtuais, rifas e apostas esportivas. Os dados mostram que os homens apostaram mais que as mulheres: 25% contra 14%. As modalidades mais citadas foram cassinos online (8%), rifas e sorteios digitais (7%), apostas esportivas em sites e aplicativos (7%) e loterias federais (7%).
Em contrapartida, um grande cassino online do país também analisou o perfil de seus apostadores. A análise indica predominância masculina, adulta e economicamente ativa. A maior concentração de apostadores está entre 25 e 40 anos (42,1%), seguida pela faixa de 41 a 56 anos (24,6%). O recorte socioeconômico aponta que as classes C1 e B1 somam 47% dos apostadores, o que reflete o maior envolvimento da classe média e média alta no ambiente de apostas digitais. Já as classes de maior renda (A1) representam 10,5% e as de menor poder aquisitivo (D e E), 6,2%.
Os dados da pesquisa TIC e da plataforma de bet convergem para um retrato consolidado do público que participa do universo de apostas digitais e cassinos online: um segmento conectado, concentrado nas classes médias e com hábitos de consumo digital em expansão. O crescimento do iGaming no Brasil acompanha o avanço do acesso à internet e o surgimento de novas plataformas que integram diferentes modalidades de jogo, como apostas esportivas, cassinos e rifas eletrônicas.
Apesar do aumento da popularidade das chamadas bets, especialistas alertam para o impacto financeiro e emocional das apostas frequentes. O comportamento compulsivo e a perda de controle sobre os gastos têm se tornado preocupações recorrentes entre profissionais da saúde e gestores públicos. Em resposta a esse cenário, os ministérios da Saúde e da Fazenda anunciaram medidas de prevenção e enfrentamento do vício em jogos eletrônicos.
Um acordo de cooperação técnica, assinado em 3 de dezembro pelos ministros Alexandre Padilha e Fernando Haddad, prevê a criação de uma plataforma de autoexclusão. A ferramenta permitirá que apostadores solicitem o bloqueio voluntário de seu CPF em sites de apostas e cassinos virtuais, interrompendo o acesso e o recebimento de publicidade dessas plataformas. O lançamento está previsto para o dia 10 de dezembro.


















