Políticos de todas as matizes estão aproveitando as festas de confraternização de empresas e funcionários para abraçar a quem num futuro bem próximo pode ser seu eleitor. Esses eventos são o que chamamos de encontro perfeito para fazer campanha, pois tem do menino ao vovô. Dia desses, um candidato, sem noção, abraçou a mesma pessoa três vezes. É mesmo sem noção!
Informalmente, lideranças do PT têm na pré-candidatura do professor Inácio Moreira (Rede Sustentabilidade) uma referência para o segundo voto ao Senado. Ou é isto ou a orientação seria o segundo voto nulo.
Os petistas de alta constelação local não conseguem defender o segundo voto ao Senado em Petecão, em função do mandato que não priorizou a agenda do trabalhador e da pauta ambiental, com os destaques mais óbvios relacionados ao fim do imposto sindical e o PL da Devastação.
É uma postura diferente do PCdoB. Os comunistas são mais camaradas com o senador do PSD acreano.
A imagem da Zero Dois do Acre tocando órgão no Senadinho é marcante nas pré-campanhas. No entanto, no caso de Mailza é a primeira foto com essa pose, o que pode indicar que ela tenha realmente as manhas para tocar órgão. O problema é que, em campanha, sempre tem algum desavisado para pedir: “toca uma para mim, por favor”.
As cenas do transbordamento do Igarapé Batista na altura da AABB são uma construção coletiva. É preciso admitir. E se algum segmento da economia local elaborou retórica de que os imóveis do entorno seriam valorizados com a obra do viaduto, as imagens falam por si.
Viadutos ou metrôs de superfície são intervenções urbanas que mudam dramaticamente a rotina das residências próximas.
Os servidores que foram aprovados em concurso público do Ministério da Agricultura para trabalhar na tríplice fronteira ainda não iniciaram o serviço regular? A informação repassada pelo secretário de Estado de Indústria, Assurbanipal Mesquita, dá uma dimensão do que é manter serviços públicos essenciais neste canto do país.
Há um remédio para isto: o Governo Federal realizar concursos públicos regionalizados. A partir disso, os candidatos aprovados não terão desculpa para não atuar imediatamente tão logo assumam o cargo. Do jeito que está, o servidor já assume solicitando transferência para o “Sul maravilha”. O sujeito trabalha em Assis Brasil, mas com a cabeça em Florianópolis, Curitiba, ou Maceió, Rio de Janeiro…
O mutirão do INSS no Acre, com 280 vagas de atendimento, tenta reduzir a fila acumulada, mas reforça a crônica falta de capacidade operacional do sistema. A mobilização extraordinária mostra eficiência pontual, porém evidencia a ausência de fluxo contínuo de análise de benefícios.
Os dados da Fecomércio/AC apontam um colapso silencioso: 61,5% dos trabalhadores de Rio Branco vivem com até R$ 1,5 mil mensais, insuficiente para o básico. A economia local até gera ocupação, mas não entrega segurança financeira.
Mais da metade dos trabalhadores tem dívidas parceladas que consomem boa parte da renda familiar. A prática de negociar contas e adiar pagamentos virou mecanismo estrutural de sobrevivência, não uma solução temporária.
Quase 30% dos trabalhadores consideram grande a distância entre casa e emprego, o que revela a precariedade urbana de Rio Branco. A dependência de transporte coletivo, moto e deslocamentos longos pesa no bolso e reduz a produtividade.
Quando 44,4% das casas dependem de um único provedor, qualquer oscilação de renda vira crise. A estrutura familiar em Rio Branco evidencia um desequilíbrio que sobrecarrega indivíduos e aprofunda desigualdades internas.
O Bolsa Família registrou 87,7% de acompanhamento escolar no país, indicando engajamento crescente das redes públicas. O dado contradiz discursos de desleixo educacional e mostra que a política de transferência continua gerando impacto direto na permanência dos alunos.
Mais de 70% dos jovens que recebiam Bolsa Família em 2014 deixaram o programa até 2025, muitos ingressando no mercado formal do País. O dado é um contraponto técnico ao argumento de que políticas sociais geram dependência permanente.
A China já transformou o bambu em ativo estratégico, enquanto o Acre segue preso ao discurso do “potencial”. A ausência de cadeia estruturada impede o estado de entrar num mercado global bilionário e de aproveitar sua vasta disponibilidade natural.
O Acre possui mais de 4 milhões de hectares de espécies de Guadua, um importante bambu, mas carece de domesticação agrícola para produção em escala. Sem planejamento industrial, pesquisa aplicada e infraestrutura, a floresta nativa segue sendo promessa — não riqueza.