A deputada federal pelo Acre Antônia Lúcia, (Republicanos), fez novas publicações em suas redes sociais, nesta terça-feira, 2, para relatar um episódio ocorrido durante visita a uma empresa de telefonia, onde buscava esclarecer o motivo do desaparecimento da linha telefônica do neto, de 18 anos.
Segundo ela, ao chegar ao local, foi informada de que havia 14 chips vinculados ao CPF utilizado no cadastro, mas apenas dois eram conhecidos pela família: o dela e o do neto.
A parlamentar afirmou que os demais 12 chips estariam registrados por uma entidade religiosa a qual o deputado federal Silas Câmara, (Republicanos-AM), representa.
Na publicação, Antônia Lúcia questionou a finalidade das linhas supostamente mantidas pela instituição, afirmando: “Estavam bancando 12 chips. Estranho, para qual [sic] serviços? Seria mulheres ou cadastro do INSS?”, indagou.
O questionamento ocorre no mesmo contexto em que a família do deputado Silas Câmara foi citada na CPMI do INSS, que investiga fraudes relacionadas a descontos indevidos em benefícios previdenciários, no início de novembro.
Segundo documentos apresentados pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) teria efetuado pagamentos à empresa Network, que posteriormente foram destinados a familiares de Silas Câmara e a empresas associadas ao grupo. Entre os citados estão Jônatas Câmara, Heber Tavares Câmara e Milena Câmara, filha do parlamentar, apontada como advogada da confederação.
A denúncia surgiu após relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontar que a CBPA, mesmo sem possuir funcionários registrados, apresentou crescimento abrupto no número de filiados após firmar convênio com o INSS.
O levantamento identificou descontos irregulares em aposentadorias, o que levou à Operação Sem Desconto, conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Durante o depoimento à CPMI, o presidente da CBPA, Abraão Lincoln Ferreira, foi acusado por parlamentares de omitir informações e evitar mencionar nomes de pessoas politicamente influentes, entre elas integrantes da família Câmara. O relator da comissão e a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) criticaram a postura do depoente por não esclarecer quais serviços teriam sido prestados pelos familiares do deputado à entidade.
Após as inconsistências no depoimento, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz foi preso em flagrante por falso testemunho, por determinação do presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG). As investigações seguem sob sigilo.



















